Depois de oito longos anos, ano que vem teremos eleições livre de novo no Brasil depois do golpe de 2016, com Lula candidato para derrotar a extrema direita

por William Dunne
Nesta segunda-feira (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin anulou todas as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba contra Lula. O ministro aceitou um habeas corpus da defesa e declarou a incompetência da 13ª Vara Federal, que era comandada por Sergio Moro, para julgar quatro processos contra o ex-presidente.
Com isso, Lula recupera seus direitos políticos e pode ser candidato em 2022. Graças às decisões arbitrárias de Moro, em circunstâncias hoje conhecidas do público graças à Vaza Jato e ao que veio à luz da Operação Spoofing, Lula não pôde se candidatar em 2018, com os resultados que estamos vendo hoje.
A notícia reacende a esperança do povo brasileiro, que agora tem a perspectiva de conseguir eleger livremente um governante depois de 8 anos. As últimas eleições limpas aconteceram em 2014, quando Dilma Rousseff foi eleita apesar de todos os ataques da imprensa golpista e a sabotagem da direita. Caso se confirmem eleições livres ano que vem, o PT poderá ganhar sua quinta eleição presidencial, expressando a legítima vontade popular.
O histórico recente do golpe de 2016, porém, deve servir de alerta para todos os que se preocupam com o futuro do Brasil. O resultado de 2014 não foi respeitado, e em 2018 o principal candidato, Lula, foi excluído do pleito graças à perseguição política que sofreu da hoje desmascarada e desmoralizada Lava Jato. Depois de tudo que a direita fez para impedir eleições legítimas em 2018 e para derrubar um governo eleito em 2016, não se deve esperar que a provável vitória de Lula ano que vem será respeitada.
O tríplex vem aí
Os exemplos da Bolívia e da Venezuela são contundentes a esse respeito: a democracia nesses países precisou ser reconquistada com mobilização popular. Esse diagnóstico sobre o Brasil é muito frequente, um senso comum no meio da esquerda. No entanto, resta saber como será encontrado o caminho para realizar essa tarefa. Os sindicatos hoje estão combalidos, os trabalhadores acuados diante de uma enorme massa de desempregados e a própria classe trabalhadora diminuiu de tamanho com a desindustrialização e se pulverizou com a interiorização de várias indústrias.
Em qualquer caso, em um prazo mais palpável, a candidatura de Lula nas circunstâncias pós-apocalípticas de um país destruído pela extrema direita abre a possibilidade de uma mobilização em torno das eleições. Lula aponta uma saída para a crise aberta pelo golpe e aprofundada com o governo Bolsonaro. O homem que vacinou 80 milhões de pessoas em três meses na época da H1N1 e levou o Brasil ao posto de 6ª economia do mundo tem muitas realizações para contrastar com os “feitos” de Bolsonaro, Paulo Guedes, Sergio Moro, Ernesto Araújo e companhia. É hora de reverter o desmonte realizado pela direita desde 2016, com as reformas trabalhista e da Previdência, teto de gastos, independência do Banco Central etc. Ano que vem é um ano para votar em Lula outra vez, será o verdadeiro tríplex do Lula: 2002, 2006 e 2022.
[…] marcada para ontem (9 de março), diante da decisão do ministro do STF Luís Edson Fachin de anular as condenações de Lula na Lava Jato, declarando a incompetência da 13ª Vara de Curitiba, onde […]
[…] em que o plenário da corte poderia impugnar a decisão monocrática de Edson Fachin que anulou as sentenças de Sergio Moro contra o ex-presidente por incompetência de jurisdição, acolhendo um pedido que a defesa fazia […]