É Lula 2022! Fachin anulou sentenças da Lava Jato

Depois de oito longos anos, ano que vem teremos eleições livre de novo no Brasil depois do golpe de 2016, com Lula candidato para derrotar a extrema direita

Imagem: Ricardo Stuckert
por William Dunne

Nesta segunda-feira (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin anulou todas as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba contra Lula. O ministro aceitou um habeas corpus da defesa e declarou a incompetência da 13ª Vara Federal, que era comandada por Sergio Moro, para julgar quatro processos contra o ex-presidente.

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Com isso, Lula recupera seus direitos políticos e pode ser candidato em 2022. Graças às decisões arbitrárias de Moro, em circunstâncias hoje conhecidas do público graças à Vaza Jato e ao que veio à luz da Operação Spoofing, Lula não pôde se candidatar em 2018, com os resultados que estamos vendo hoje.

A notícia reacende a esperança do povo brasileiro, que agora tem a perspectiva de conseguir eleger livremente um governante depois de 8 anos. As últimas eleições limpas aconteceram em 2014, quando Dilma Rousseff foi eleita apesar de todos os ataques da imprensa golpista e a sabotagem da direita. Caso se confirmem eleições livres ano que vem, o PT poderá ganhar sua quinta eleição presidencial, expressando a legítima vontade popular.

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O histórico recente do golpe de 2016, porém, deve servir de alerta para todos os que se preocupam com o futuro do Brasil. O resultado de 2014 não foi respeitado, e em 2018 o principal candidato, Lula, foi excluído do pleito graças à perseguição política que sofreu da hoje desmascarada e desmoralizada Lava Jato. Depois de tudo que a direita fez para impedir eleições legítimas em 2018 e para derrubar um governo eleito em 2016, não se deve esperar que a provável vitória de Lula ano que vem será respeitada.

O tríplex vem aí

Os exemplos da Bolívia e da Venezuela são contundentes a esse respeito: a democracia nesses países precisou ser reconquistada com mobilização popular. Esse diagnóstico sobre o Brasil é muito frequente, um senso comum no meio da esquerda. No entanto, resta saber como será encontrado o caminho para realizar essa tarefa. Os sindicatos hoje estão combalidos, os trabalhadores acuados diante de uma enorme massa de desempregados e a própria classe trabalhadora diminuiu de tamanho com a desindustrialização e se pulverizou com a interiorização de várias indústrias.

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Em qualquer caso, em um prazo mais palpável, a candidatura de Lula nas circunstâncias pós-apocalípticas de um país destruído pela extrema direita abre a possibilidade de uma mobilização em torno das eleições. Lula aponta uma saída para a crise aberta pelo golpe e aprofundada com o governo Bolsonaro. O homem que vacinou 80 milhões de pessoas em três meses na época da H1N1 e levou o Brasil ao posto de 6ª economia do mundo tem muitas realizações para contrastar com os “feitos” de Bolsonaro, Paulo Guedes, Sergio Moro, Ernesto Araújo e companhia. É hora de reverter o desmonte realizado pela direita desde 2016, com as reformas trabalhista e da Previdência, teto de gastos, independência do Banco Central etc. Ano que vem é um ano para votar em Lula outra vez, será o verdadeiro tríplex do Lula: 2002, 2006 e 2022.

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