É Lula 2022! Fachin anulou sentenças da Lava Jato

por William Dunne

Nesta segunda-feira (8), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin anulou todas as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba contra Lula. O ministro aceitou um habeas corpus da defesa e declarou a incompetência da 13ª Vara Federal, que era comandada por Sergio Moro, para julgar quatro processos contra o ex-presidente.

Com isso, Lula recupera seus direitos políticos e pode ser candidato em 2022. Graças às decisões arbitrárias de Moro, em circunstâncias hoje conhecidas do público graças à Vaza Jato e ao que veio à luz da Operação Spoofing, Lula não pôde se candidatar em 2018, com os resultados que estamos vendo hoje.

A notícia reacende a esperança do povo brasileiro, que agora tem a perspectiva de conseguir eleger livremente um governante depois de 8 anos. As últimas eleições limpas aconteceram em 2014, quando Dilma Rousseff foi eleita apesar de todos os ataques da imprensa golpista e a sabotagem da direita. Caso se confirmem eleições livres ano que vem, o PT poderá ganhar sua quinta eleição presidencial, expressando a legítima vontade popular.

O histórico recente do golpe de 2016, porém, deve servir de alerta para todos os que se preocupam com o futuro do Brasil. O resultado de 2014 não foi respeitado, e em 2018 o principal candidato, Lula, foi excluído do pleito graças à perseguição política que sofreu da hoje desmascarada e desmoralizada Lava Jato. Depois de tudo que a direita fez para impedir eleições legítimas em 2018 e para derrubar um governo eleito em 2016, não se deve esperar que a provável vitória de Lula ano que vem será respeitada.

O tríplex vem aí

Os exemplos da Bolívia e da Venezuela são contundentes a esse respeito: a democracia nesses países precisou ser reconquistada com mobilização popular. Esse diagnóstico sobre o Brasil é muito frequente, um senso comum no meio da esquerda. No entanto, resta saber como será encontrado o caminho para realizar essa tarefa. Os sindicatos hoje estão combalidos, os trabalhadores acuados diante de uma enorme massa de desempregados e a própria classe trabalhadora diminuiu de tamanho com a desindustrialização e se pulverizou com a interiorização de várias indústrias.

Em qualquer caso, em um prazo mais palpável, a candidatura de Lula nas circunstâncias pós-apocalípticas de um país destruído pela extrema direita abre a possibilidade de uma mobilização em torno das eleições. Lula aponta uma saída para a crise aberta pelo golpe e aprofundada com o governo Bolsonaro. O homem que vacinou 80 milhões de pessoas em três meses na época da H1N1 e levou o Brasil ao posto de 6ª economia do mundo tem muitas realizações para contrastar com os “feitos” de Bolsonaro, Paulo Guedes, Sergio Moro, Ernesto Araújo e companhia. É hora de reverter o desmonte realizado pela direita desde 2016, com as reformas trabalhista e da Previdência, teto de gastos, independência do Banco Central etc. Ano que vem é um ano para votar em Lula outra vez, será o verdadeiro tríplex do Lula: 2002, 2006 e 2022.

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