por William Dunne
Os bolsominions encontraram uma nova vocação. Além de furar quarentena, aprenderam a correr. Ou melhor, a voar. A direita se preparava para mais um ridículo ato de apoio ao presidente Jair Bolsonaro quando acabou cruzando com um volumoso protesto antifascista composto por torcidas organizadas. À frente da marcha, os Gaviões da Fiel, torcida organizada do clube mais popular de São Paulo, o Corinthians, traziam uma faixa em que se lia “somos pela democracia”, uma reação à pregação golpista feita abertamente com mais ênfase pelos bolsonaristas desde a crise aberta pela saída do ministro Sérgio Moro, o “Marreco de Maringá”.
Como na revoada das galinhas verdes, não restou aos verde-amarelos outra coisa além de fugir. Indignada, uma coxinha gravou o momento em que os direitistas se preparavam para levantar vôo. Apavorada, ela diz, “os antifas vieram guerrear”. Poucos segundos depois, vem o desesperado comando de evasão: “vamo!” Uma voz de homem, ao fundo, não se conforma, “que país!”, possivelmente indignado com o fato de que nem todo brasileiro é nazista. Divirtam-se:
A PM também apareceu em meio aos incidentes. Como tinha fascista apanhando, os policiais resolveram intervir para protegê-los, como mostra o vídeo filmado no local que está circulando pela Internet. Mas com ou sem polícia, as organizações antifascistas, especialmente dentro das torcidas organizadas, estão expulsando a extrema-direita das ruas.

[…] Além de arquitetos e cronistas esportivos, a própria comunidade de esportistas – principal atingida pela mudança de uso – também está mobilizada. No último domingo (6), centenas de ex-atletas olímpicos realizaram um abraço simbólico ao ginásio do Ibirapuera contra a privatização, organizada pelas redes sociais por um grupo chamado Esporte pela Democracia, com a hashtag #abraceoibirapuera. Desnecessário relembrar o caráter social do esporte como elemento de agregação e organização popular. Em torno à prática esportiva, estruturam-se movimentos de bairro, da juventude, da educação, da cultura. Os estádios, ginásios e arenas são pólos de movimentos de massa com clara consequência política, como o demonstraram as torcidas antifascistas que se levantaram nas ruas em meados deste ano, mandando a extrema-direita de volta para casa. […]
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