#FlautaVertebrada: “no avesso da minha pele corre um rio de palavras mortas / as vivas moram sobre a superfície da pele”

por Helena Arruda
no avesso da minha pele corre um rio de palavras mortas
as vivas moram sobre a superfície da pele
porque escorregaram da minha língua
e grudaram nos vãos do meu corpo
faz muitos anos
tenho palavras prediletas
mas gosto mais da liberdade
por isso não digo
: escrevo sem cessar
há poemas que levam uma vida inteira
[sobre a pele]
O poema”[sobre a pele]” foi finalista do Selo Off Flip 2021.
Helena Arruda nasceu em Petrópolis. É mestra e doutora em Literatura Brasileira (UFRJ). Poeta, contista, ensaísta, é autora dos livros Interditos – poemas (2014); Mulheres na ficção brasileira – ensaios (2016), ambos pela Editora Batel; Corpos-sentidos (2020), Editora Patuá; Suas publicações mais recentes constam em Ficção e travessias: uma coletânea sobre a obra de Godofredo de Oliveira Neto (7Letras, 2019), Ato Poético (Oficina Raquel, 2020) e Ruínas (Patuá, 2020). Escreve n’O Partisano quinzenalmente às quintas-feiras.
Absolutamente lindo! ❤❤❤❤❤