#FlautaVertebrada: “a vida vale na imprecisão das horas / mal dormidas / onde o dito e o não dito / caminham de mãos dadas

por Helena Arruda
de que vale a vida
sem o mistério das coisas?
de que valem as coisas
sem a palavra dita?
a vida vale na imprecisão das horas
mal dormidas
onde o dito e o não dito
caminham de mãos dadas
nas entrelinhas suaves
onde repousa o pensamento.
(Interditos, Rio de Janeiro: Batel, 2014)
Helena Arruda nasceu em Petrópolis. É mestra e doutora em Literatura Brasileira (UFRJ). Poeta, contista, ensaísta, é autora dos livros Interditos – poemas (2014); Mulheres na ficção brasileira – ensaios (2016), ambos pela Editora Batel; Corpos-sentidos (2020), Editora Patuá; Suas publicações mais recentes constam em Ficção e travessias: uma coletânea sobre a obra de Godofredo de Oliveira Neto (7Letras, 2019), Ato Poético (Oficina Raquel, 2020) e Ruínas (Patuá, 2020).