Debussy, o revolucionário

Com novas perspectivas, o compositor passou a dar mais importância aos acordes isolados, timbres, pausas e ao contraste entre registros, criando com liberdade e fugindo das regras tradicionais da música erudita

Imagem: Wikimedia Commons
por Kevin Drummond

Claude Achille Debussy (1862-1918) foi um compositor revolucionário e um pianista francês, mentor e principal criador do impressionismo, um estilo musical inspirado nos princípios do trabalho de Claude Monet, Edgar Degas e de outros representantes da corrente das artes plásticas de mesmo nome. Debussy nasceu em St. Germain-em-Laye, França, no dia 22 de agosto de 1862. Com nove anos mudou-se com a família para Paris, onde começou a estudar piano, pesar de não cogitar uma carreira musical.

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Sua vocação foi descoberta pela pianista Madame Mauté de Fleurville, que o preparou para o Conservatório de Paris, onde foi admitido em 1873, com apenas 11 anos de idade. No Conservatório, adquiriu fama de revolucionário, chamou a atenção dos professores e seu talento chegou aos ouvidos da milionária russa Nadezhda von Meck, protetora de Tchaikovsky. Em 1879, aos 17 anos, foi convidado para acompanhá-la como pianista de câmara e professor de piano dos seus filhos durante as viagens de verão da família, através da França, Suíça e Itália. Nesta viagem conheceu grandes músicos como Richard Wagner e Franz Liszt.

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Liberdade

Em 1887, já com novas perspectivas, Debussy passou então a dar mais importância aos acordes isolados, timbres, pausas e ao contraste entre registros. Queria compor com liberdade, fugindo das regras tradicionais. Em 1899, casou-se com a costureira Rosalie Texier. O relacionamento durou cinco anos e atravessou um tumultuado divórcio depois que Rosalie tentou se matar ao saber que Debussy tinha outra mulher, a rica e sofisticada Emma Bardac, com quem teve uma filha em 1905.

O Reconhecimento de Debussy como compositor só veio em 1902, com a estreia da ópera “Pelléas et Mélisande”, em Paris. O músico morreu em 1918, vítima de câncer, durante o último bombardeio alemão a Paris na I Guerra Mundial. Serviu como inspiração para muitos músicos como, por exemplo, Heitor Villa-Lobos, Antonio Carlos Jobim, Miles Davis, George Gershwin e Igor Stravinsky. Suas obras parecem muitas vezes evocar imagens através da sugestão de uma atmosfera e de um estado de espírito que seriam os equivalentes musicais do Impressionismo das artes visuais.

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Moderno por excelência, o autor era um dos compositores preferidos de Tom Jobim desde seus primeiros estudos, como ele conta neste trecho de entrevista ao jornalista João Máximo, da Rádio Cultura: “O Debussy ia para a Espanha, ele queria ouvir aqueles sons árabes. E eu também: eu queria ouvir o Debussy, não queria ficar tocando aqueles compositores quadrados. A gente quer sempre se libertar”.

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