#3J: teve tentativa de privatização do ato pelos tucanos e anarcobolsonaristas, que também eram seus próprios paparazzis – não está fácil para ninguém

por Bibi Tavares
No último sábado (3), o Brasil todo se reuniu numa nova tentativa de expurgar o delinquente Jair Bolsonaro da cadeira da presidência da república. Em São Paulo, palco de um dos maiores atos até agora, cenas dignas de alguma novela gospel da Record – ou seja, mal feitas – intrigam e confundem algumas cabecinhas ocas.
Vamos começar pela presença dos tucanos no ato pelo Fora Bolsonaro. Por algum motivo, esses mocinhos resolveram comparecer ao ato como se estivessem indo a alguma feira de adoção de gatinhos organizada pela Luisa Mell. Chegando lá, deram de cara com alguns doidinhos de bairro que, apesar de serem um pequeno complexo que abriga muito incel e pessoas descompensadas, sabem que com a direita o diálogo nas ruas é nulo.
Fontes fidedignas chegaram a denunciar que os tucanovos estavam lá com a intenção de privatizar não só o ato, mas as brigas dentro dos atos. Se quiser quebrar bandeira vai ter que pagar 15 reais. Também vai ter a opção manifestação gourmet, onde um stand da Starbucks vai distribuir amostras de frapuccino e guardanapos com a bandeira do Brasil impressa. Contudo, o foco aqui nem é o pau que os militantes do PSDB levaram, mas sim sua presença e a postura da PM em relação ao ato.
O primeiro mistério a ser especulado já começa com o fato de que ninguém nem sabia que PSDB tem militantes. No geral, parece que é um partido que abriga pessoas +60 e que sentem prazer em jogar água fria em morador de rua no inverno e espancar professor. Mas, acredite se quiser, eles têm uma tal juventude. É por isso que eu gosto do reino animal, quando nasce assim com defeito a mãe já mata no ninho e come, eu só não vou propagar essa ideia pra não me prenderem por terrorismo, abortismo, feminismo, comunismo.
Outro enigma lançado neste ato foi o comportamento da PM diante do quebra-quebra de alguns “manifestantes” que sentaram o pau nas vidraças do Santander. A princípio, olhando assim sem muita atenção, dá pra ver uma galera de preto, rosto coberto, pique anarquista, blackbloc. Daí você olha melhor e dá de cara com a seguinte cena:

Sim, o anarquismo está diferente, mami! A de amor, B de Bolsinho plantou anarquistas ninjas. Como o ato foi remarcado em cima da hora, dá pra entender que não deu tempo da milícia bolsonarista dar um google e pesquisar como é o símbolo anarquista. Na dúvida, lançaram um A de anarquia, não tem erro, né? Quem vai poder acusar? Bom, se fosse uma banda, eles seria acusados de serem posers, e não saberiam sequer dizer o nome de três músicas.
Outro ponto muito bom dessa imagem é que o tal anarquista da Record – aliás, se eu fosse eles, teria conferido se nesse figurino não constava sarna nas costuras -, além de quebrar o vidro do Santander, conseguiu se equilibrar pra fazer as fotos. Esse sim da pra dizer depois: “descansa, militante”. Esse é do tipo que conseguiria mamar o véi da Havan e o Bolsonaro ao mesmo tempo.
Que a tática dos black blocs é muito boa, a gente sabe que sim, mas por ser uma tática, e não um grupo x, pode ser usado por qualquer movimento, grupo, partido, coletivo, etc. Inclusive, na direita. Lá na França, quando surge uma galera radical estraçalhando vidraça de banco e queimando carros, a gente tende a achar muito inspirador e corajoso, portanto, temos, também, que normalizar essas ações por aqui. Contudo, em casos como esse, dos anarcobolsonaristas causando pra colocar a culpa na esquerda, as atitudes devem ser pensadas 10 vezes, ainda mais porque a polícia nem se envolveu dessa vez, ficou ali a maior parte do tempo só observando, segundo nossos informantes partisanos.
Em último caso, anarquista, nos avisem caso o A agora signifique apenas amor acima de tudo, arroz em cima de todos.
