Um mar de sangue | por Andri Carvão

#FlautaVertebrada: “Debaixo de chibatas que o astro-rei assa, / Avisto as mesmas águas no horizonte / E dou as costas a tamanha desgraça! / Que o curso (ou o cruzeiro) um norte aponte”

Imagem: Knot. P. Saengma
por Andri Carvão

Eu bebo um mar de sangue nesta taça.
Poetas hoje e ontem bebem desta fonte.
Traindo a tradição de Grécia a Alcobaça,
No mar imenso imerso eu faço a ponte.

Debaixo de chibatas que o astro-rei assa,
Avisto as mesmas águas no horizonte
E dou as costas a tamanha desgraça!
Que o curso (ou o cruzeiro) um norte aponte.

Helena é a guerra e Penélope, a paz.
Aedos e trovadores dos infernos
Cantaram e decantaram demais!

Dos poetas clássicos aos pós-modernos,
Entre labores e louvores – ais! –
Embarcam e abarcam mares eternos.

 

Andri Carvão cursou artes plásticas na Escola de Arte Fego Camargo em Taubaté, na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e na EPA – Escola Panamericana de Arte [SP]. Graduando em Letras pela Universidade de São Paulo, o autor tem diversas publicações online e antologias. Um Sol Para Cada Montanha [Chiado Books, 2018], Poemas do Golpe [editora Patuá, 2019] e Dança do fogo dança da chuva [editora Penalux], entre outros. Escreve n’O Partisano quinzenalmente às terças-feiras.

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