Sempre| por Felipe Mendonça

#FlautaVertebrada Saía do mar infindo com um sorriso como um convite; nunca vou me esquecer da luz que a iluminava naquela praia por onde, ainda, caminha

Imagem: Tumblr
por Felipe Mendonça

Quando a vi
Pela primeira vez na praia,
Percebi que era
Alguma deusa
De fontes, mares ou cascatas.

Bela, entre as mais belas,
Podia fazer amar
Sátiros e feras
Quando contemplassem
Sua nudez argentina.

A luz que a iluminava,
De piscinas e praias,
Imprimia, em íris
E retinas,
A imagem que inspira
Poemas e ideias.

Saía do mar infindo
Com um sorriso
Como um convite
Ao desejo e ao apetite
De todos os libertinos,

Molhada de rios
E vagas
Que desciam
Por sua barriga,
Escorrendo pelo umbigo
Para pingar
De sua vagina
E nádegas.

Nunca vou me esquecer
De vê-la saindo do mar
E de fotografá-la,
Completamente apaixonado,
Sob o céu de março,
Em Garatucaia.

Nunca vou me esquecer
Da luz que a iluminava
Naquela praia
Por onde, ainda, caminha,
Quase nua,
Só de biquíni.

Felipe Mendonça é poeta de ofício. Nasceu em 1976 em Porto Alegre/RS. Formou-se pela UFRJ em Letras e fez mestrado e doutorado em Literatura Brasileira na mesma universidade. Logo cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro e viveu boa parte da sua vida na Ilha do Governador. Hoje, mora em Belford Roxo, município da Baixada Fluminense da cidade do Rio de Janeiro.

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