Se eu fosse Alberto Fernández faria como Erdogan

Vinícius Carvalho comenta a tentativa de golpe ontem na Argentina e expressa consternação com a passividade da esquerda latino-americana frente ao assédio da direita

Imagem: O Partisano
por Vinícius Carvalho

Tentativa de golpe em curso na Argentina. Policiais armados cercaram a Olivos, o que era exigência de aumento salarial está virando exigência de deposição do governo democraticamente eleito. Curioso que passaram os 4 anos de governo Macri, que os manteve na fome, quietos. Essa gente não quer salário, essa gente quer reconduzir o conservadorismo e o neoliberalismo na Casa Rosada na marra. E ainda tem gente que acha que tem segurança se exilar na Argentina, Uruguai e etc, caso o lance fique mais pesado no Brasil.

Contribua com O Partisano - Catarse dO Partisano

América Latina não dá, parceiro. Aqui nenhuma república é segura quando o assunto é golpe militar de direita. É bom que o Alberto Fernández veja o exemplo de Brasil, Bolívia e Equador antes de tomar suas decisões. Não tem como dialogar com essa gente. Não tem como negociar com manifestante armado.

Leia também:  Dar às coisas os nomes que elas possuem

Se eu fosse o Alberto Fernández eu mediria o apoio da Guarda Nacional, das Forças Armadas, pediria apoio imediato da Rússia, silenciaria os pacifistas do meu próprio partido, principalmente os mais idiotizados pela democracia liberal burguesa, dando declarações polêmicas para a imprensa, e contra-atacaria os revoltosos com aparato de guerra, um verdadeiro banho de sangue sem precedentes na história latina. Pra chocar mesmo e impor respeito por meio do terror.

E se o bicho pegasse faria como o Erdogan, da Turquia, quando tentaram derrubar o seu governo. Começou a resistir ao golpe e demandar ordem num gabinete improvisado em Moscou. Depois que detectou um por um dos conspiradores e traidores, enforcou mais de 800 juízes e militares golpistas e voltou nos braços do povo. Se desse merda já ficaria por lá mesmo. Fóquil.

Contribua com O Partisano - Catarse dO Partisano

Se tem 40 mil manifestantes armados, então amanhã teriam 40 mil viúvas chorando no obelisco. E se enchessem demais o saco, eu exilava na Patagônia. É assim que se repele golpes na América Latina.

2 comentários

  1. Pesado o texto, acho q a ultima coisa que a Argentina precisa é iniciar uma guerra civil, seja com ultranacionalistas imbecis ou com qualquer que seja o grupo. Estamos vendo a ascensão da direita intolerante no mundo, não podemos igualmente ser intolerantes como eles

    • Victor, você já leu algo sobre o Paradoxo da Tolerância? Recomendo fortemente que leia. Acho que responde bem essa parte do “não podemos igualmente ser intolerantes como eles”.

Deixe uma resposta