Qual futuro aguarda o Brasil?

Grande parte das possíveis saídas para o Brasil apontam para o fim de Bolsonaro, que já se vê acuado e pressionado, tanto pelo Centrão, quanto pelos generais

Imagem: milqf
por Alexandre Lessa da Silva

O Brasil está fervendo e, depois de muito pensar, resolvi catalogar as possibilidades que se abrem para um futuro próximo, sendo que algumas revelam um futuro distópico e outras, por sua vez, apresentam algo mais animador.

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A primeira possibilidade é a manutenção disso que está aí até as próximas eleições. Com isso, Bolsonaro definharia aos poucos, mantendo os fiéis escudeiros de sua bolha e levando muitos brasileiros, principalmente com sua política em relação à pandemia, à morte. Nesta perspectiva, Bolsonaro ainda teria uma chance razoável de chegar ao segundo turno, mas jamais obteria a vitória.

A segunda diz respeito à mudança de política de Bolsonaro em relação à conduta da pandemia, algo extremamente improvável. Caso isso ocorra e, ainda, continue com o apoio do Centrão, Bolsonaro será um candidato competitivo, uma vez que terá a máquina do Estado em mãos. Mesmo assim, as chances de Lula sair vitorioso são um pouco maiores.

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A terceira possibilidade é o autogolpe. Bolsonaro perdeu muito apoio entre a população e, em relação a um autogolpe, esse apoio seria menor ainda. Entre os militares, não tem mais uma base sólida, já que muitos perceberam que a mudança da política internacional poderia levar o país e eles mesmos à desgraça. Sendo assim, resta a Bolsonaro contar com sua ampla influência nas Forças Auxiliares, além de alguns fanáticos que o seguem, faça ele o que for. É uma opção distante, posto que o comandante do Executivo perde, a cada dia, mais apoio entre aqueles que o defendiam no passado.

A próxima alternativa, cada dia mais forte, mas ainda não o suficiente, é o impeachment ou renúncia forçada. Sem nenhum apoio externo, com o Centrão demonstrando que apenas é alugado, mas nunca vendido, com o Exército buscando sair, sem conseguir, desse mar de corpos e, também, com o fortalecimento do STF, parece que o caminho natural tende para essa alternativa. É verdade que ainda falta um enrobustecimento da oposição, além de uma deterioração mais apressada do governo, algo que não é tão improvável.

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A possibilidade seguinte, não vejo ninguém colocar. Entretanto, tem muito mais chance de dar certo que um autogolpe, estou falando de um golpe de Estado promovido pelas Forças Armadas e para as Forças Armadas, em especial o Exército. Um golpe deve ser dado contra alguém ou alguma coisa. No caso de Bolsonaro, ele só poderia dar o golpe contra um inimigo imaginário: “perigo comunista”, “corrupção de quem não está no governo”, “ideólogos de gênero”, “cristofóbicos” ou algo do gênero. As Forças Armadas, pelo contrário, têm um inimigo concreto diante de si, o próprio Bolsonaro.

Responsável por uma política genocida na condução de uma pandemia, destruidor da economia nacional, responsável pela destruição da imagem do Brasil no exterior, acusado, com inúmeras comprovações, de crimes de responsabilidade e comuns, enfim, uma lista tão grande que seria impossível resumir neste artigo, o que torna Bolsonaro o inimigo ideal para sofrer um golpe. Bastaria, portanto, apoio externo para que as Forças Armadas tivessem sucesso em tal golpe. Destruiriam, assim, o país em nome do interesse pessoal de determinados generais. Todavia, o cenário mundial não está favorável a uma ditadura militar, principalmente em um país da importância do Brasil.

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Assinalo aqui, ainda, a possibilidade ínfima de uma intervenção internacional, capitaneada pelos Estados Unidos. Entretanto, como já assinalado, a sua probabilidade é quase nula, uma vez que não há nenhuma vantagem para os estadunidenses intervirem dessa maneira, só desvantagens.

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Agora, resta esperar o desdobramento de tudo isso e saber até onde vai a ambição, o desespero e a incompetência de Bolsonaro.

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