#FlautaVertebrada: “E as palavras encontram seu espaço / Ao quebrarem o concreto / Com seus espinhos”

por Fernanda Noal
Existem em mim:
Tanto os sonhos
Quanto as palavras
Habitam meu corpo:
Essa morada do meu tempo
Sobre a terra
Navegam em meu pensamento:
Essa morada da minha alma
Sob a pele
Do chão rachado em que piso
Florescem de mim:
Tanto as flores quanto os sonhos
E as palavras encontram seu espaço
Ao quebrarem o concreto
Com seus espinhos
E exalam perfumes
Ao diluírem-se no orvalho
Criando cores que libertam:
Pétala por pétala de verbo.
Fernanda Noal é gaúcha e mora atualmente no interior paulista, em São Carlos. É artesã de linhas metafóricas e literais. Participou pelo Projeto Passo Fundo das Coletâneas de Contos de 2013 e 2017, e das Coletâneas de Poemas de 2013, 2015 e 2017. Escreve n’O Partisano quinzenalmente às quartas-feiras.