#FlautaVertebrada: um delicado retrato do encontro entre tempos diferentes no interior do eu lírico

por Deborah Dornellas
Ainda tem gente andando
nas ruas da cidade veloz.
O estrépito dos carros,
o cinza-escuro,
um resto de luz.
Na penumbra eu ajeito
o corpo imperfeito,
desatados nós.
Um canto de pássaro.
remota memória
de vida através.
Deborah Dornellas, carioca criada em Brasília, vive em São Paulo desde 2011. É escritora, jornalista, tradutora e aprendiz de artista plástica. Por cima do mar (Patuá, 2018), seu romance de estreia, venceu o Prêmio Literário Casa de las Américas 2019, na categoria “Literatura Brasileira”. Escreve n’O Partisano quinzenalmente às sextas-feiras.