#FlautaVertebrada: um percurso pelas originais metáforas do escritor argentino Júlio Cortázar, pena e nanquim para afastar de nós o mundo sem cor dos impostores

por Sergio Rocha
Cortázar me deu um coelho e giz para riscar o chão
também algumas instruções sobre como me orientar
quando os gatos resolvessem miar em noites engarrafadas
um malabares multiplicado
uma casa tomada por invisíveis astronautas
um sax no corredor do hospital abandonado
uma ligeira e sonora liberdade
prêmios embarcados numa rota de fuga
situações amplas e fotográficas
alguns nomes na recoleta
deu-me afrescos e flores em Pequim
pena e nanquim
para afastar de mim
o mundo sem cor dos impostores.
Sergio Rocha, paulistano dos altos de Santana, escritor, poeta, jornalista (de)formado pela Filosofia, mas principalmente pai da Mariana, Fernanda, Giovana e avô do Ravi. Tem dois livros publicados, “Terceiro fragmento”, J. Andrade Gráfica e Editora, 2012, Aracaju/Se e “Um poema depois da chuva”, Rusvel-Triver Studio e Editora, 2018, São Paulo/SP. Vem participando de várias antologias impressas e virtuais. Organiza o Sarau Santa Sede, ministra oficinas de criação literária e é editor na Casa Editorial Livrará.