Insônia | por Felipe Mendonça

por Felipe Mendonça

Insônia e terror de mim mesmo…
Passo os dias
Sem nenhum pensamento.
Nego-me ao sono
E meu corpo e mente
Me assaltam a galope.
Nego-me o beijo,
Nego-me o cheiro,
O teu carinho
E oferto-me o espinho.
Já não sei se, à noite, acordo
Ou pela manhã durmo,
Vivo torto,
Demônio a atirar-se
Contra o dia e a lua.
Agora vivo-durmo,
Nu,
No meu quarto,
Tártaro
Onde jamais me farto,
Onde trepo
E sou fraco,
Onde voo com os pássaros.

 

Felipe Mendonça é poeta e ensaísta brasileiro, nascido em 1976, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, que cresceu no Rio de Janeiro no bairro da Ilha do Governador. Hoje vive em Belford Roxo/RJ. É mestre e doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Administra um blog de poemas chamado “Poesia, necessário pão” em que publica poemas de sua autoria, tendo publicado em 2018, pela Chiado Books, um livro de poemas intitulado “Reescritos”. Escreve n’O Partisano quinzenalmente às segundas-feiras.

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