Inocência | por Sergio Rocha

#FlautaVertebrada: “No fundo dos olhos que avistam / O caminho de tanta ironia / Quem sabe pensar um sorriso / Que sorria para si e para os deuses”

Imagem: Jorge Melendez / Twitter
por Sergio Rocha

Pensar quem sabe um caminho
Sem sois tristes repousados
Suar a prece amanhecida
Sequer luares amontoados
Quem sabe mar de chamas ventadas
Aos pés de um adeus calado
Um mar revolto endiabrado
Como ventania de mares sonhados
E soçobrar, a beira, encharcado
De sol, mar, suor e prece
Soçobrar à lua imensa partida
Dito fragmento perdido
Incrustado
No fundo dos olhos que avistam
O caminho de tanta ironia
Quem sabe pensar um sorriso
Que sorria para si e para os deuses
Não com os dentes à mostra, imprecisos
Mas narcísico e onisciente
O próprio riso divino
De tão menino seguindo sois, luas, martírios
Tão canino sorrindo prá lua
Tímida entre nuvens em desalinho
De tão contínuo
Caminho.

 

Sergio Rocha, paulistano dos altos de Santana, escritor, poeta, jornalista (de)formado pela Filosofia, mas principalmente pai da Mariana, Fernanda, Giovana e avô do Ravi. Tem dois livros publicados, “Terceiro fragmento”, J. Andrade Gráfica e Editora, 2012, Aracaju/Se e “Um poema depois da chuva”, Rusvel-Triver Studio e Editora, 2018, São Paulo/SP. Vem participando de várias antologias impressas e virtuais. Organiza o Sarau Santa Sede, ministra oficinas de criação literária e é editor na Casa Editorial Livrará. Escreve n’O Partisano quinzenalmente aos sábados.

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