#FalutaVertebrada: “É preciso voltar a marchar, / Romper os grilhões / Que nos impedem de andar / Acorrentando milhões”

por Felipe Mendonça
É preciso reunir as forças
Dispersas do povo.
É preciso vê-lo
Unido e forte de novo.
É preciso vê-lo livre
Das cadeias da religião.
É preciso vê-lo consciente
E lutar contra a exploração,
Contra a escravidão
De nossos corpos e mentes,
Contra o medo que nos torna
Calados e indiferentes.
É preciso voltar a marchar,
Romper os grilhões
Que nos impedem de andar
Acorrentando milhões.
É preciso erguer a cabeça
E seguir em frente,
É preciso lutar e fazer
Que a liberdade aconteça!
É preciso ter voz,
Ficar bravo, vermelho e feroz,
Não ter medo,
Erguer nossas bandeiras,
Encher as alamedas
E sair de todos os guetos.
Gente que se une e combate,
Que expropria
Os que andam
De carrões e iates.
É preciso fazer
Luta de classes,
Para nascer
Um novo dia
Pleno dos mais altos
Ideais e valores,
Uma sociedade
Sem amos ou senhores
Em que nossos arroubos e rasgos
Por transcendência e afeto
Não se tornam objeto
Do mercado e do lucro,
Mas lugar libertado
Onde temos de tudo
E vivemos com orgulho
Sem sermos humilhados.
Felipe Mendonça é poeta e ensaísta brasileiro, nascido em 1976, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, que cresceu no Rio de Janeiro no bairro da Ilha do Governador. Hoje vive em Belford Roxo/RJ. É mestre e doutor em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Administra um blog de poemas chamado “Poesia, necessário pão” em que publica poemas de sua autoria, tendo publicado em 2018, pela Chiado Books, um livro de poemas intitulado “Reescritos”. Escreve n’O Partisano quinzenalmente às segundas-feiras.