Cacos do caos | por Andri Carvão

#FlautaVertebrada: “Junta os cacos do caos do chão / Junta os cacos do caos do chão / Eu tenho toque me dá comichão”

Imagem: Horus2017
por Andri Carvão

Junta os cacos do caos do chão
E soca no saco do cão
E soca no saco do são
E soca no saco de pão
E soca no saco de pão de sal
E soca no saco do pão francês
E soca no saco cara de pau
E soca no saco do freguês
Junta os cacos do caos do chão
Eu tenho toque me dá comichão

Junta os cacos do caos do chão
E casa com a saca de feijão
E casa com a saca de agrião
E casa com a saca de ração
E casa com a saca sem razão
E casa com a saca de ratazanas
E casa com a saca da desrazão
E casa com a saca de zarabatanas
Junta os cacos do caos do chão
Eu tenho toque me dá comichão

Junta os cacos do caos do chão
E saca da casa do amigo
E saca da casa do abrigo
E saca da casa do mendigo
E saca da casa do homem digno
E saca da casa do homem de bem
E saca da casa do seu signo
E saca da casa do homem
Junta os cacos do caos do chão
Eu tenho toque me dá comichão

 

Andri Carvão cursou artes plásticas na Escola de Arte Fego Camargo em Taubaté, na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e na EPA – Escola Panamericana de Arte [SP]. Graduando em Letras pela Universidade de São Paulo, o autor tem diversas publicações online e antologias. Um Sol Para Cada Montanha [Chiado Books, 2018] e Poemas do Golpe [editora Patuá, 2019] são as suas mais recentes publicações.

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