2013: sete anos de ladeira abaixo em três atos

Três pautas do noticiário recente relembram o que nos trouxe até aqui: Jornadas de Junho de 2013, Operação Lava Jato e o bolsonarismo

Imagem: Mídia Ninja
por Vinícius Carvalho

As pautas deste domingo são de uma ironia triste e macabra de 3 coisas que se interligam.
O Brasil da fome de hoje não seria o que é se não fossem 3 coisas: Junho de 2013; Operação Lava-Jato e o Bolsonarismo.

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1

Marcelo Freixo (um cabra que hoje em dia eu gosto), um dos baluartes da antipolítica gerada pós-2013, que colocou um clima de terra arrasada no Rio de Janeiro, hoje CAIU NA REALIDADE e faz um discurso mais lulista que o do Lula: “a disputa hoje não é contra a direita, É CONTRA O CRIME, olha o caso Jairinho. Não quero disputar com meia dúzia de Robin Hood falando só o que a gente quer ouvir, eu quero disputar para ganhar e disputar território, vencer a fome e o crime…Se o Rodrigo Maia quiser me apoiar, eu topo. Eu vou querer que ele apoie a milícia?”

Lindo, é isso. Só que ele CRESCEU politicamente graças a fazer extamente o oposto. Agora a água bateu no pescoço e já podemos dizer que, alguns gatos pingados já vinham alertando isso há cerca de uma década enquanto os “corpos em movimento” flanavam pelas ruas distribuindo flores e dizendo que “nossos votos não cabem em vossas urnas”.

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Porém, não estamos aqui para “cancelar” o amiguinho. Seja bem vindo, se hoje o Freixo pensa assim no Rio de Janeiro, então sou Freixo e mais 10.

2

Um dos maiores jornais do mundo, Le Monde, apontou que Estados Unidos operaram na Operação Lava-Jato.

Bem, quem me conhece sabe que se tem uma coisa que eu repudio são as tais teorias da conspiração. Porém não teve teoria nenhum em apontar os interesses dos EUA em quebrar a Petrobrás, mudar a Lei de Partilha na extração de petróleo para a Lei de Concessão e, claro, aprofundar a privatização e terceirização, bem como alterar a modalidade de tarifação do combustível no Brasil.

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Qual o interesse dos especuladores financeiros em alterar o modelo de construção de tarifa do combustível no Brasil? Ora, amarrar nossa commodity completamente no mercado internacional aprofunda a remuneração dos investidores. E o que faz com que esses investidores/especuladores tenham mais ganhos é o aumento exponencial do valor cobrado na bomba.

Petrobrás e Odebrecht quebradas e operando pró-mercado, nossa engenharia na lona causou aquilo que se esperava: a diminuição da classe média e a aceleração da quebra do Brasil. Ora, se os EUA investiam e financiavam guerras sanguinárias, que custavam trilhões lá no Iraque, na Síria e o escambau por conta de petróleo, porque eles não financiariam um golpe e o predomínio sobre a maior reserva estratégica do mundo, aqui, do lado deles, mesmo continente, que é o Pré-Sal?

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3

– Vídeo de domingo, Central do Brasil, milhares de famintos se apinhando, como na entrada de uma final do Maracanã, na rua, um cenário de filme de Zumbi, por uma quentinha.

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A fome no Brasil chegou com tudo, chegou como era na época do FHC. É a resultante de um processo de dilapidação econômica. O cenário hoje das regiões centrais dos grandes centros urbanos virou um verdadeiro flagelo humano, fato. Mas vocês podem ter certeza: ABSOLUTAMENTE TUDO O QUE FOI DITO ACIMA ESTÁ INTERLIGADO.

Um comentário

  1. […] Em 11 de abril, O Partisano já convocava, timidamente ainda, a população para ir às ruas contra o governo Bolsonaro, defendendo uma posição que se mostrou acertada com os recentes protestos. No dia 7 do presente mês, Guilherme Boulos e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) deram início aos primeiros protestos depois do surgimento da pandemia, levando milhares de pessoas às ruas em oito estados. Finalmente, em 29 de maio, dia em que este texto é escrito, as ruas explodem em protesto contra a volta da “banalidade do mal”, isto é, Bolsonaro. […]

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