#FlautaVertebrada: “Às vezes o absoluto / é obsoleto / e o suficiente / não é o bastante”
por Andri Carvão
Às vezes,
muitas vezes,
quase todas as vezes.
Às vezes o que eu sinto
é o que menos importa.
Às vezes o que eu penso
não vem ao caso.
Às vezes me arrependo
por saber tanto,
outras vezes
por tão pouco.
Às vezes o absoluto
é obsoleto
e o suficiente
não é o bastante.
Às vezes não dá
mas nada surge do nada.
Tudo tem um preço,
às vezes muito alto.
Às vezes alto demais
até a eternidade.
Andri Carvão cursou artes plásticas na Escola de Arte Fego Camargo em Taubaté, na Fundação das Artes de São Caetano do Sul e na EPA – Escola Panamericana de Arte [SP]. Graduando em Letras pela Universidade de São Paulo, o autor tem diversas publicações online e antologias. Um Sol Para Cada Montanha [Chiado Books, 2018], Poemas do Golpe [editora Patuá, 2019] e Dança do fogo dança da chuva [editora Penalux], entre outros. Escreve n’O Partisano quinzenalmente às terças-feiras.