Ainda vivos | por Fernanda Noal

#FlautaVertebrada: “Areia que esfola e aprisiona meu passo / Enquanto sinto em meu íntimo que ela é fina e leve / Que ela passeia com o vento brando”

Imagem: Nici Keil / Pixabay
por Fernanda Noal

Meus pés afundam nas areias do tempo
Areia que esfola e aprisiona meu passo
Enquanto sinto em meu íntimo que ela é fina e leve
Que ela passeia com o vento brando
Que ela dança com ventos fortes
Sinto-a me segurar com força
Percebo-me estagnar sem forças
De desatolar o pé descalço
Revestido apenas por calos
Já contemplei essa areia brilhando ao Sol
Já a senti como se fosse vidro
Areia que já enxerguei microscópica
De cristais multicoloridos
Quase quartzos esfarelados
Sob meus pés ainda vivos.

 

Fernanda Noal é gaúcha e mora atualmente no interior paulista, em São Carlos. É artesã de linhas metafóricas e literais. Participou pelo Projeto Passo Fundo das Coletâneas de Contos de 2013 e 2017, e das Coletâneas de Poemas de 2013, 2015 e 2017. Escreve n’O Partisano quinzenalmente às quartas-feiras.

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