A tempestade – II | por Sergio Ravi Rocha

#FlautaVertebrada: “Prometeria pincelar com cores vivas os becos por onde desapareceste e pintaria sorrisos e flashes que a trouxessem impressa em cada parede”

Imagem: geralt
por Sergio Ravi Rocha

(A redenção)
O fundo se esquivaria em cores lívidas e de lá se poderia ouvir um bolero setentista que fizesse recomeçar tudo outra vez através das falas comuns, daqueles olhares angustiados trocados antes que escurecesse e dissesses até logo, o mundo vai desabar e aqui nem existe mais.
Prometeria pincelar com cores vivas os becos por onde desapareceste e pintaria sorrisos e flashes que a trouxessem impressa em cada parede sombreada de sóis recentes sem mundos que te enlaçassem pela cintura, pois nossa dança seria um duo chiaroscuro rodopiando sem pressa trazendo-a para o olho do furacão caleidoscópico que abriríamos a cada regozijo expresso pela tempestade dos nossos corpos.

 

Sergio Ravi Rocha, paulistano dos altos de Santana, escritor, poeta, jornalista (de)formado pela Filosofia, mas principalmente pai da Mariana, Fernanda, Giovana e avô do Ravi. Tem dois livros publicados, “Terceiro fragmento”, J. Andrade Gráfica e Editora, 2012, Aracaju/Se e “Um poema depois da chuva”, Rusvel-Triver Studio e Editora, 2018, São Paulo/SP. Vem participando de várias antologias impressas e virtuais. Organiza o Sarau Santa Sede, ministra oficinas de criação literária e é editor na Casa Editorial Livrará. Escreve n’O Partisano quinzenalmente aos sábados.

Deixe uma resposta