O músico recusou uma proposta milionária de Zuckerberg, e mandou um recado diretamente ao dono do Facebook, denunciando seu mecanismo de censura generalizada

por William Dunne
Nem tudo pode ser comprado pelo dinheiro. Roger Waters, músico que se notabilizou à frente do Pink Floyd, recusou uma proposta milionária de Mark Zuckerberg, dono do Facebook. O magnata da Internet queria negociar os direitos da canção Another Brick in the Wall II para utilizar em anúncios do Instagram. Waters contou sobre o caso durante um evento em Nova York no último sábado (12) pela liberdade de Julian Assange, jornalista fundador do Wikileaks e perseguido político. O músico contou que recebeu a proposta naquele mesmo dia, e que respondeu com um contundente: “vai se foder! De jeito nenhum!”
Além da anedota, com o respectivo e merecido xingamento a Zuckerberg, Waters aproveitou para fazer uma denúncia do caráter político do monopólio que o dono do Facebook está construindo. “É um movimento insidioso deles para tomarem controle de tudo. Eu não serei parte dessa porcaria”, disse Waters. E continuou: “Eles querem usar isso para fazer o Facebook e o Instagram ainda mais poderosos do que eles já são, de modo que eles possam nos censurar, a todos nós nesta sala, e impedir a circulação de notícias sobre Julian Assange, que fariam as pessoas olharem [a perseguição] e dizerem: ‘O quê? Não! Parem com isso!'”
Finalmente, Waters não deixou de fazer uma consideração pessoal sobre Zuckerberg, pertinente frente ao discurso ideológico que procura glorificar os endinheirados: “Como esse imbecil, que começou dizendo: ‘Ela é bonita, vamos dar a ela uma nota 4 de 5. Ela é feia, vamos dar nota 1. Como ele conseguiu poder? Mas aí está ele, um dos idiotas mais poderosos do mundo”.