Com o enfraquecimento da esquerda e o avanço da extrema-direita na América Latina, representante do imperialismo norte-americano vem para tramar mais um golpe contra a Venezuela

por Beatriz Luna Buoso
Uma comitiva dos Estados Unidos desembarcou ontem (17) na nossa América do Sul e passará por Suriname, Guiana, Colômbia e Brasil até o dia 20 para encontrar os líderes destes países. Os quatro países não estão no roteiro à toa. São países que fazem fronteira com a Venezuela e são governados pela extrema-direita capacha do imperialismo norte-americano, cujos governos reconhecem Juan Guaidó, líder da oposição venezuelana, como presidente interino do país.
No Brasil, a visita acontecerá em Roraima, onde Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, aterrissará na capital Boa Vista às 13h55, para depois se encontrar com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na fronteira brasileira com a Venezuela para visitar o centro de triagem de imigrantes venezuelanos. Em comunicado do departamento de Estado, a visita ao Brasil tem como intenção destacar “a importância do apoio dos EUA e do Brasil ao povo venezuelano”. Porém, não se trata de apoio algum, e sim de usar o Brasil como apoio para aumentar as agressões contra a Venezuela. Os EUA, na verdade, atacam o povo venezuelano de forma cruel, impondo sanções econômicas que atingem o povo inteiro para tentar enfraquecer o governo.
Em dois anos, essa já é a segunda vez que o governo brasileiro recebe de braços abertos o alto escalão norte-americano. Para puxar-saco de Trump e defender os interesses econômicos dos EUA, Bolsonaro é capaz de tudo, inclusive de passar por cima da Constituição Brasileira e aprovar um Plano Nacional de Defesa capaz de colocar o Brasil em guerra com nossos vizinhos venezuelanos. Lembrando: em nome dos interesses dos EUA. O Brasil mesmo não ganharia nada com isso! Aliás, tamanha irresponsabilidade só causaria mais mortes e causaria uma crise maior do que a atual em nosso país.
Tudo se agrava com as eleições presidenciais norte-americanas se aproximando. Assim como fez Bush com a ascensão de Hugo Chávez, e Obama declarando formalmente a Venezuela como uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional dos EUA, o governo Trump segue o mesma linha e está se preparando para aumentar as sanções contra o país que possui a maior reserva de petróleo do mundo. Aliás, o candidato da oposição, Joe Biden, promete ser ainda mais “firme” em relação à Venezuela. Ou seja, essa demonização e estrangulamento da Venezuela têm sido um projeto bipartidário nos EUA.
Assim como em maio, em plena pandemia, foi criado um clima para atacar o país, tentando ligar o governo de Nicolás Maduro ao narcotráfico. Agora, antes da visita de Mike Pompeo, a ONU acusa o presidente venezuelano de crimes contra a humanidade. Coincidência, não!?!
Não bastasse isso, já temos o exército colombiano e mais de 3 mil soldados brasileiros posicionados na fronteira. A desculpa é que estão fazendo operações de treinamento regulares. Enquanto isso o fogo arde no nosso Pantanal! Mas as prioridades do nosso atual governo são outras, como por exemplo atacar militarmente nossos vizinhos. Trata-se de uma ameaça seríssima.
Os golpistas estão frustrados, já que mesmo com toda turbulência política e econômica provocada na Venezuela, o presidente legítimo Nicolás Maduro segue corajosamente firme e forte no poder. O cenário é preocupante e um clima favorável ao golpe já está sendo criado, e nosso país vem servindo como cabo eleitoral para Donald Trump, às custas até da soberania de toda a América Latina.