Fuga dos R$50 bilhões: rico elege Bolsonaro mas não rasga dinheiro

Mas, afinal, o que leva alguém a pagar R$2 bilhões de imposto para poder tirar outros R$48 bilhões do país? O que eles sabem que nós ainda não sabemos?

Imagem: Peshkova
por Dênis de Bosch

Domingo (18) a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, informou que uma família de São Paulo enviou para o exterior R$50 bilhões. De Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação foram pagos R$2 bilhões. A identidade da família é um segredo maior do que o paradeiro de Queiroz durante o ano passado. O dinheiro é tanto que daria para pagar um mês inteiro do programa de auxílio emergencial. A proporção da bufunfa levou especuladores com muito tempo livre a conjecturar quais seriam as soluções logísticas de Chico Rodrigues para o transporte de tanta grana.

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No entanto, há especulações mais sérias e preocupantes suscitadas pela breve nota de Lauro Jardim. A que tipo de informações uma família como essa tem acesso antes de tomar esse tipo de decisão? Os ricos colocaram Bolsonaro no governo, mas não rasgam dinheiro. Desde antes de as quarentenas começarem os endinheirados, que votaram em Bolsonaro e financiaram sua campanha, estão tirando dinheiro do país. Portanto, eles já têm uma boa noção de que o Brasil caminha para o abismo. E essa é uma tendência que já existia antes da pandemia.

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Mas, afinal, o que leva alguém a pagar R$2 bilhões de imposto para poder tirar outros R$48 bilhões do país? O que eles sabem que nós ainda não sabemos? Ao que tudo indica, os ricaços que destruíram o país estão esperando uma crise de proporções que nós ainda não conhecemos no Brasil, com miséria e fome nas cidades, saques de supermercados, colapso dos serviços públicos, falência da economia. Um cenário arquitetado desde 2016 por deliberada sabotagem de governos fantoches golpistas de direita.

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Para quem não tem R$2 bilhões para fugir com a família do país, resta arcar com as consequências de uma escolha suicida feita pelos brasileiros nas urnas em 2018. Uma pesquisa já mostrou o “efeito Bolsonaro” nas cidades em que o bolsonarismo tem mais adesão: o resultado é um número maior de morte por Covid-19. O que está por vir é um autoextermínio coletivo de proporções catastróficas. Se esse suicídio fosse solitário, seria bem vindo. Contudo, os bolsonaristas abraçam o país inteiro enquanto tenta saltar do precipício abaixo.

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