Chapa da capital paraense teve PT e PSOL unidos desde o primeiro dia de campanha e derrotou, por uma estreita margem, o candidato de Bolsonaro

por William Dunne
O primeiro resultado eleitoral anunciado neste começo de noite foi o de Belém, capital do Pará, com a vitória de uma chapa que apresentou um candidato do Psol à prefeitura, Edmilson Rodrigues, com um vice do PT, Edilson Moura. O resultado contrasta com o desempenho da esquerda neste domingo. Edmilson derrotou um apoiador de Jair Bolsonaro, o Delegado Federal Eguchi, com 51,76% dos votos, contra 48,24%. A esquerda não ganhou nenhuma outra capital hoje. O PT, que disputava em 15 grandes cidades, incluindo duas capitais, ganhou em quatro: Diadema, Mauá, Juiz de Fora e Contagem. O PSOL disputava duas cidades: ganhou em Belém, e perdeu em São Paulo, com Guilherme Boulos.
A campanha de Guilherme Boulos teve apoio massivo entre a militância do PT, e contou com o empenho pessoal de Jilmar Tatto, candidato petista no 1º turno. Fernando Haddad também apoiou Boulos, e Lula gravou vídeo de apoio que foi ao ar na propaganda eleitoral do PSOL. Essa unidade dobrou a proporção de votos de Boulos entre o primeiro e o segundo turno, com um intervalo de duas semanas. Um crescimento expressivo, mas insuficiente. A unidade durou pouco, duas semanas, diferentemente da chapa de Belém, que unida desde o início conseguiu se impor diante da direita.
Ao mesmo tempo em que a esquerda continuou estagnada, ganhando cinco das 18 grandes cidades que disputou no segundo turno, os candidatos bolsonaristas também perderam de novo, como o caso de Belém, já citado, e de Fortaleza, com a derrota de capitão Wagner para Sarto, e do pastor Crivella no Rio de janeiro contra Eduardo Paes. O centrão se consolida, dando ares de República Velha ao regime que está emergindo depois do golpe e, agora, da escolha da burguesia de minar o bolsonarismo.
Do ponto de vista da esquerda, fica a lição de que a desunião poderá custar caro em 2022. E o exemplo positivo da experiência de uma chapa unida em Belém.
[…] de construir uma frente de esquerda para 2022 já está na última hora, é para ontem! Teria feito toda a diferença em Porto Alegre, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e por aí afora. E sim: […]