Entidades pedem que UE respeite eleição na Venezuela

Petição conta com assinaturas de Gleisi Hoffman e Frei Betto, em solidariedade pelas dificuldades que a Venezuela enfrenta diante dos ataques do imperialismo

Imagem: Agência Brasil/EBC
por Bibi Tavares

A cada cinco anos, a população venezuelana vai às urnas para eleger os nomes para ocupar as cadeiras da Assembleia Nacional, como irá acontecer no próximo domingo (6). Considerada uma das eleições mais democráticas do mundo, o processo eleitoral da Venezuela é frequentemente contestado de forma tendenciosa por órgãos que representam os interesses do imperialismo estadunidense, como é o caso da União Europeia. Mundialmente, a UE se apresenta como uma organização independente e neutra, que costuma participar como observadora de processos eleitorais por todo o mundo, contudo, negou-se a enviar observadores para acompanhar a votação deste ano na Venezuela.

Contribua com O Partisano - Catarse dO Partisano

Essa decisão não é surpresa para aqueles que acompanham as tentativas de boicote ao país de Nicolás Maduro, presidente considerado inimigo dos EUA por não vender a Venezuela por um punhado de dólares aos interesses do imperialismo. Levando esse histórico em consideração, a Rede Europeia de Solidariedade à Venezuela está divulgando uma petição assinada por políticos, artistas e outros atores sociais, criada para pressionar a União Europeia a respeitar o processo eleitoral venezuelano e qualquer que seja o resultado escolhido pela população.

Contribua com O Partisano - Catarse dO Partisano

Leia na íntegra o texto da petição:

“No dia 6 de dezembro de 2020, assim como estipula sua Constituição, os cidadãos venezuelanos estão convocados a eleger novos representantes para a Assembleia Nacional.

Além da grande diversidade de propostas políticas (107 partidos, 14.400 candidatos para os 227 assentos parlamentares), esta eleição representa, sobre tudo, uma saída democrática, legal e pacífica para a crise política e institucional gerada, em janeiro de 2019, pela autoproclamação de Juan Guaidó como “presidente interino” da Venezuela.

No transcorrer do ano de 2020, as discussões entre o governo e a oposição, decididos a retomar o caminho constitucional, acabaram levando ao estabelecimento de novas garantias eleitorais, acordadas unanimemente por todas as tendencias políticas envolvidas neste processo eleitoral.

Apesar de várias vezes ser chamada ao diálogo na Venezuela, a União Europeia se negou a aceitar este novo consenso democrático. Decidiu, finalmente, recusar o convite do Estado venezuelano a enviar observadores para garantir um bom desenvolvimento dos resultados.

Esta contradição é produto da permanente pressão da administração dos Estados Unidos, imerso em uma operação cuja prioridade não é o respeito à democracia ou aos processos eleitorais, mas sim a uma “mudança de regime”, custe o que custar.  Esse alinhamento com as políticas dos falcões de Washington é um grave sinal de abdicação de uma política exterior independente que vinha sendo exibida em numerosos discursos de intenção.

Se a União Europeia aposta verdadeiramente em ser um vetor de paz em um mundo de turbulências, não deveria sustentar o caminho da violência e do confronto na Venezuela.

Por isso, pedimos à União Europeia que respeite o resultado eleitoral do próximo dia 6 de dezembro, e apoie a vontade democrática dos venezuelanos,

Primeiros signatários:

1. Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel de la Paz, Argentina 🇦🇷
2. Rafael Correa, antiguo presidente de Ecuador, Ecuador 🇪🇨
3. Sandra Pereira, eurodiputada, vicepresidente de Eurolat, Portugal 🇵🇹
4. Jean-Luc Mélenchon, diputado, responsable La France Insoumise, Francia 🇫🇷
5. Gleisi Hoffman, diputada, presidente de Partido de los Trabajadores, Brasil 🇧🇷
6. Ignacio Ramonet, periodista, escritor, Francia 🇫🇷
7. Alfred de Zayas, ex Relator Especial del Consejo de Derechos Humanos de las Naciones Unidas, Suisse 🇨🇭
8. Roger Waters, musico, co-fundador de los Pink Floyd, Reino Unido 🇬🇧
9. Stella Calloni, periodista, Argentina 🇦🇷
10. Luiz Eduardo Greenhalg, miembro de la dirección nacional del PT y abogado de Lula, Brazil 🇧🇷
11. Heike Hänsel, diputada de Die Linke, Alemania 🇩🇪
12. Bahman Azad, US Peace Council, Estados Unidos 🇺🇸
13. Carlos Aznarez, periodista, Argentina 🇦🇷
14. Frei Betto, teologo, escritor, Brasil 🇧🇷
15. Piedad Córdoba, defensora de Derechos Humanos, Colombia 🇨🇴
16. Ginevra Bompiani, escritor, Italia 🇮🇹
17. Atilio Boron, politologo, Argentina 🇦🇷
18. Luis Britto, escritor, Venezuela 🇻🇪
19. Javier Couso, ex eurodiputado, España 🇪🇸
20. Fernando Buen Abad, académico, Mexico 🇲🇽
21. Hernando Calvo Ospina, periodista, Colombia 🇨🇴
22. Pablo Allende, medico, nieto de Salvador Allende, Chile 🇨🇱
23. Massimo Carlotto, escritor, Italia 🇮🇹
24. Bernard Cassen, presidente honorario Attac, France 🇫🇷
25. Katu Arconada, politólogo, España 🇪🇸
26. Camille Chalmers, economista, Haïti 🇭🇹
27. Maurizio Acerbo, Secretario nacional de Rifundazione Comunista, Italia 🇮🇹
28. André Chassaigne, diputado, jefe de bancada del Partido Comunista, France 🇫🇷
29. Michel Collon, periodista, Belgica 🇧🇪
30. Geraldina Colotti, periodista, Italia 🇮🇹
31. Marco Consolo, Rifundazione Comunista, Italia 🇮🇹
32. Andrea Cotrena, consejera comunal PTB, Belgica 🇧🇪
33. Sevim Dagdelen, diputado Die Linke, Alemania 🇩🇪
34. Victor Dedaj, co-administrador LeGrandSoir.info, France 🇫🇷
35. Diether Dehm, diputado Die Linke, Alemania 🇩🇪
36. Mireille Fanon-Mendes-France, presidenta de la fundación Frantz Fanon, Francia 🇫🇷
37. Paolo Ferrero, antiguo ministro de la República, Italia 🇮🇹
38. Eleonora Florenza, ex eurodiputada, Italia 🇮🇹
39. Dominico Gallo, constitucionalista, Italia 🇮🇹
40. Salman El Herfi, embajador de Palestina en Francia 🇵🇸
41. Rahmatou Keïta, cineasta, periodista, Níger 🇳🇪
42. Tamara Kunanayakam, diplomatica, Sri Lanka 🇱🇰
43. Micheline Ladouceur, geógrafa, Canadá 🇨🇦
44. Florencia Lagos, periodista, Chile 🇨🇱
45. Irene Leon, sociologa, Ecuador 🇪🇨
46. Benedicte Liénard, cineasta, Belgica 🇧🇪
47. Gilberto Lopez, profesor-investigador INAH, Mexico 🇲🇽
48. Telma Luzzani, periodista, Argentina 🇦🇷
49. Philip Mc Garry, responsable sindical MRT, Escocia
50. Lucio Manisco, periodista, Italia 🇮🇹
51. Fabio Marcelli, director del Instituto de Estudios Juridicos Internacionales, Italia 🇮🇹
52. Citto Maselli, cineasta, Italia 🇮🇹
53. Olivier Mateu, secretario general CGT-13, Francia 🇫🇷
54. Romain Migus, periodista, Francia 🇫🇷
55. Gianni Mina, periodista, Italia 🇮🇹
56. Maite Mola, vicepresidenta del Partido de la Izquierda Europea, España 🇪🇸
57. Juan Carlos Monedero, academico, España 🇪🇸
58. Zaklin Nastic, diputado Die Linke, Alemania 🇩🇪
59. Alexander Neu, diputado Die Linke, Alemania 🇩🇪
60. Angelo D’Orsi, historiador, Italia 🇮🇹
61. Erika Ortega, periodista, Venezuela 🇻🇪
62. Jean Ortiz, academico, Francia 🇫🇷
63. Moni Ovadia, actor, Italia 🇮🇹
64. Jean Pierre Page, ex responsable international de la CGT, Francia 🇫🇷
65. Jean François Parent, arquitecto, France 🇫🇷
66. Paolo Pietrangeli, cineasta, Italia 🇮🇹
67. Paulo Pimenta, diputado federal, Brasil 🇧🇷
68. Cédric Quintin, secrétario general CGT-94, Francia 🇫🇷
69. Víctor Ríos, historiador, universidad Pompeu Fabra de Barcelona, España 🇪🇸
70. Cristian Rodriguez, responsable Amérique Latine La France Insoumise, France 🇫🇷
71. Milton Rondó, diplómatico, Brasil 🇧🇷
72. Maria de Rosario Nunez, diputada federal, Brasil 🇧🇷
73. Giovanni Russo, ex senador, Italia 🇮🇹
74. Lydia Samarbakhsh, responsable international PCF, Francia 🇫🇷
75. Eva-Maria Schreiber, diputado Die Linke, Alemania 🇩🇪
76. Massimo Severini, cantante, Italia 🇮🇹
77. Francisco Sierra, academico, presidente ULEPICC, España 🇪🇸
78. Bruno Sommer, cofondador Elciudadano.com, Chile 🇨🇱
79. Azzedine Taïbi, alcalde de Stains, France 🇫🇷
80. Arantxa Tirado, politologa, España 🇪🇸
81. Vauro, caricaturista, Italia 🇮🇹
82. Manuel Pineda, eurodiputado PCE, España 🇪🇸
83. Miguel Viegas, ex eurodiputado, Portugal 🇵🇹
84. Alexander Ulrich, diputado Die Linke, Alemania 🇩🇪
85. Maxime Vivas, escritor, Francia 🇫🇷
86. Kathrin Vogler, diputado Die Linke, Alemania 🇩🇪
87. Hubert Wulfranc, diputado, PCF, Francia 🇫🇷
88. Massimo Zuccheti, docente ingeniería nuclear, Italia 🇮🇹
89. Patrik Kobele, Presidente del Partido Comunista Alemán, DKP, AL”

Um comentário

Deixe uma resposta