Enquanto IDH brasileiro despenca, cresce o número de bilionários no país

Enquanto pobreza e miséria se alastram pelo país, o número de bilionários brasileiros só cresce. Até janeiro de 2021, havia “55 bilionários com riqueza total de US$ 176 bilhões”.

Bilionários brasileiros na Forbes: Carlos Alberto Sicupira e família (fortuna de US$ 8,7 bilhões), Jorge Paulo Lemann e família (US$ 16,9 bilhões) e Marcel Herrmann Telles (US$ 11,5 bilhões) - Divulgação
por Alexandre Lessa da Silva

É comum encontrar notícias na imprensa corporativa sobre os problemas da economia brasileira dadas ao lado de soluções quase mágicas para resolvê-las: como preparar pés de frango, aproveitar as cascas dos alimentos, encontrar alternativas para alimentos já consagrados no paladar brasileiro, não gastar mais do que ganha para controlar o cartão de crédito. O que não é normal é encontrar essas notícias ligadas a Paulo Guedes e a política econômica do governo Bolsonaro, reforçando a tentativa desse governo de colocar a culpa sempre nos outros.

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A política econômica ultraliberal de Guedes, Bolsonaro e as Forças Armadas, levou o Brasil a descobrir não haver fundo no poço em que foi jogado, pois, com o passar do tempo as coisas só pioram. Enquanto isso, a insegurança alimentar e a fome assolam o país, o transporte, por qualquer meio, tem valores absurdos e a vida do brasileiro cada dia fica mais difícil de ser vivida, basta olhar os índices para se desesperar diante do tamanho da inflação ou do desemprego.

A taxa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) passou, em 12 meses, de 11,30% em março de 2022 para 12,13 em abril do mesmo ano. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) teve um aumento, em 12 meses, de 12,47% em abril de 2022. Esses dois índices apontam para uma inflação de dois dígitos, algo que o brasileiro não estava preocupado antes do golpe, mas também para algo muito pior, principalmente se soubermos o significado desses índices.

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O INPC é o índice que “verifica a variação do custo de vida médio apenas de famílias com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos”. O IPCA, no que lhe concerne, “engloba uma parcela maior da população. Ele aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos”. Assim, não é preciso fazer nenhum cálculo complexo para constatar que a inflação é maior para os mais pobres.

Em abril, o estado mais prejudicado, segundo o IPCA e o INPC, foi o Rio de Janeiro, com IPCA de 1,39% e um INPC de 1, 45%, mas apesar disso, Lula continua com pouca vantagem em relação a Bolsonaro, o que é pouco compreensível se olharmos para a economia do Rio. O grupo que teve a maior alta em abril, no Brasil, foi o de alimentos e bebidas (IPCA de 2,06% e INPC de 2,26%). Aqui, mais uma vez, é fácil notar que os pobres têm uma inflação maior.

A inflação brasileira não é só maior para os mais pobres, ela é inversamente proporcional ao nível de riqueza, i.e., quanto mais rico você é, menor é a inflação para você. Tomando como base a variação da inflação nos últimos 12 meses, tendo como último mês abril de 2022, o resultado o que segue. Na faixa considerada de renda muito baixa, a inflação é de 12,7%, na renda baixa e média-baixa, ela é de 12,4%, na renda média, 12%, renda média-alta 11,3% e renda alta de 10,8%. Portanto, não há dúvida de quem é mais afetado pela inflação.

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Enquanto os pobres, miseráveis e até mesmo a classe média, sofrem com a política econômica de Guedes e Bolsonaro, há aqueles que ganham, e ganham muito, com o empobrecimento de nosso povo.

Basta conhecer um pouquinho de matemática básica para saber que se uns ganham muito, muitos ganharão pouco ou quase nada. Enquanto pobreza e miséria se alastram pelo país, o número de bilionários brasileiros só cresce. No Brasil, até janeiro de 2021, havia “55 bilionários com riqueza total de US$ 176 bilhões”. “O aumento da riqueza dos bilionários durante a pandemia foi de 30% (US$ 39,6 bilhões), enquanto 90% da população teve uma redução de 0,2% entre 2019 e 2021. Os 20 maiores bilionários do país têm mais riqueza (US$ 121 bilhões) do que 128 milhões de brasileiros”, o equivalente a 60% da população. Não há dúvidas, portanto, que o governo Bolsonaro é um governo de privilégios e que o planejamento econômico promovido por Paulo Guedes visa apenas o aumento da desigualdade.

De 2019 para 2020, o Brasil caiu 5 posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), passando de 79º para 84º no mundo. Para aqueles que culpam a pandemia, e não Bolsonaro e sua equipe, vale lembrar que a pandemia, como o próprio nome já diz, é global. Além do IDH, outros instrumentos também mostram que o Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Quando se usa a medição da concentração de renda, por exemplo, o Brasil é o segundo país no mundo com maior concentração, só perdendo para o Catar. Assim, o Brasil está “entre os dez países mais desiguais do mundo, sendo o único latino-americano na lista onde figuram os africanos”.

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Todos esses índices citados só demonstram que a qualidade de vida e o bolso dos pobres, muito pobres e da classe média só despencam durante o atual governo. Com a venda de nossas refinarias, com a política de vender petróleo bruto para fora e comprar produtos refinados, com a aceitação da regra do mercado internacional para a Petrobras, com o fim de nossos estoques de grãos, com a corrupção do orçamento secreto e tantas outras, esse governo só massacra seu próprio povo. O estranho é que ainda existe muito brasileiro que sente na pele a dor provocada por tudo isso, mas não consegue abrir os olhos para ver que foi enganado e quer continuar sendo. É hora dessa parte da população abrir os olhos, é hora de nos livrarmos desse governo e jogá-lo nos caminhões de lixo que superfaturou.

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