Forma com que o governo se comportou diante da crise sanitária provocada pela pandemia foi criminosa, o impeachment será o primeiro passo para começar a reparar esses erros

por Guilherme Moreno
Hoje, segunda-feira (18), Jair Bolsonaro passou mais um dia em liberdade apesar da omissão de seu governo desde que a pandemia de coronavírus chegou ao Brasil. Todos se lembram que desde o começo o presidente usou o prestígio de seu cargo para desencorajar atitudes de distanciamento social no meio da população, participando ele mesmo, diversas vezes, de aglomerações. Até agora, Bolsonaro vinha escapando de ser responsabilizado pelo caos sanitário que ajudou de forma decisiva a criar. Os acontecimentos de Manaus, porém, parecem estar finalmente rompendo a casca de negação irracional que cerca o presidente.
As mortes por asfixia dentro dos hospitais da capital do Amazonas, por falta de oxigênio, comoveram o país. Conforme noticiado pela imprensa, o governo foi alertado muito tempo antes de que faltaria oxigênio nos hospitais da cidade, e mandou uma quantidade ínfima do produto para suprir a demanda, que duraria apenas algumas horas. Não é a primeira vez que Bolsonaro fica à beira da queda, o que assombra a população com a possibilidade de que ele resista de novo no cargo, apesar de tudo. A sorte do presidente foi não ter cometido uma pedalada fiscal, crime gravíssimo com o qual o Congresso foi muito em severo em 2016, quando derrubou Dilma Rousseff, mesmo sem provar que de fato havia pedalada alguma.
A pressão contra o governo agora será vital para salvar o país de Bolsonaro, antes que outras 200 mil pessoas morram até que se tenha doses suficientes de vacina. Nesse sentido são muito bem vindas iniciativas como o Placar do Impeachment, que contabiliza os votos declarados contra e a favor dessa medida, consultando os deputados e pedindo que eles se posicionem publicamente sobre a matéria. Até agora, já foram confirmados 111 votos a favor do impeachment de Bolsonaro, enquanto 42 picaretas inimigos do povo declararam ser contrários. Outros 359 ainda não se manifestaram. O portal reúne os e-mails de todos os deputados, para que os cidadãos possam cobrá-los, perguntando sua posição sobre o assunto. Para o Brasil conquistar o impeachment são necessários 342 votos a favor. Isso seria o mínimo. Depois de enxotado da presidência, Bolsonaro tem que responder, muito além de rachadinhas e vínculos com milicianos, pela forma como conduziu o Brasil na pandemia. Espera-se que não continue solto depois de isso ser apurado.
[…] apesar de Jair Bolsonaro estar praticando um genocídio sanitário e humanitário no Brasil, o presidente ainda não foi preso. Enquanto o país sucumbe a uma epidemia com proporções sinistras, a gaveta do Rodrigo Maia […]
[…] apesar de Jair Bolsonaro estar praticando um genocídio sanitário e humanitário no Brasil, o presidente ainda não foi preso. Enquanto o país sucumbe a uma epidemia com proporções sinistras, a gaveta do Rodrigo Maia […]