Apostar no Lulismo é apostar no fracasso?

Pronunciamento do ex-presidente recordou a estatura de sua liderança política, forjada em uma luta de dimensões históricas nas últimas décadas

Imagem: Ricardo Stuckert
por Vitor Teixeira

Ontem, dia 7 de setembro, Lula fez um pronunciamento à nação. Um verdadeiro grito de independência do povo brasileiro, em um discurso à altura de um estadista preocupado em confrontar os problemas que afligem o país. Por contraste, o pronunciamento de Jair Bolsonaro foi simplesmente ridículo. Lula fez um longo diagnóstico das questões colocadas diante de um Brasil assolado pela pandemia, desemprego e desigualdade, colocando a necessidade de um novo pacto social que inclua toda a população e do resgate da soberania nacional. As palavras do ex-presidente reafirmaram a dimensão de sua liderança imprescindível na atual conjuntura.

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Um líder popular genuíno não é algo fabricado por publicitários, intelectuais ou capitalistas. Nem mesmo um partido de massas tem condições de parir um estadista a cada década. Para se formar uma liderança popular é preciso um longo e complexo processo social, algo impossível de se gerar artificialmente. O caldeirão social que combinou a miséria do nordeste brasileiro, as lutas dos operários do ABC e a repressão da ditadura militar pariram o líder Lula. Uma figura forjada a partir do resultado histórico da luta dos trabalhadores, e não pela vontade de alguém.

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Quando setores da esquerda reclamam que Lula “não larga o osso” para que novas figuras se destaquem, é preciso se perguntar: mas quem? Quem tem apoio popular, capacidade, experiência, casca, e um partido poderoso para encarar uma eleição sangrenta contra golpistas, fascistas e genocidas? O inofensivo professor Haddad? Dino e seu partido frente amplista? Ciro com seus eternos 12%? Boulos, a Palmirinha do PSOL?

“Lula está inelegível até 2035”.
“Apostar no lulismo é apostar no fracasso”.
“As eleições não vão mudar nada”.

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Para aqueles que se resignam perante a cassação ilegal dos direitos de Lula, fica a questão: se o judiciário decidir que todos os partidos de esquerda devem ser extintos e que não haverá nenhuma candidatura popular em 2022, o que faremos?

Lutar pelo restabelecimento dos direitos políticos de Lula não é apenas sonhar com uma candidatura competitiva para enfrentar o bolsonarismo em 2022. É uma tarefa histórica para a esquerda, um enfrentamento contra a decisão ilegal de juízes comprados pelo fascismo, pela burguesia golpista, e por interesses internacionais.

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O PT participou de todas as eleições presidenciais desde a redemocratização do país, e sempre que houve segundo turno, estava na disputa. Ganhou em quatro ocasiões, e em 2022 estará lá novamente. Com Lula há esperança. Sem Lula, a derrota é certa.

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