Diante do cenário catastrófico em que se encontra o Brasil, população deveria se inspirar no organizado povo venezuelano

por Bibi Tavares
“…basta recordar porque se dio el golpe del 11 de abril de 2002, como el
gobierno imperial de los Estados Unidos, la extrema derecha europea, la extrema
derecha del continente americano y por supuesto la burguesía venezolana, la
extrema derecha venezolana, toda se coaligó contra el pueblo venezolano, contra
la naciente Revolución Bolivariana, contra el Gobierno Bolivariano; todos se
unieron en una gran conspiración que pensó, o pensaron ellos que iban a barrernos
de aquí. Pero les demostramos que un pueblo unido ¡jamás será vencido!”COMANDANTE ETERNO HUGO CHÁVEZ
13/04/2012
Há 19 anos, a população venezuelana mostrava como se barra uma ofensiva de extrema-direita. Em 11 de abril de 2002, o imperialismo estadunidense, juntamente com a extrema-direita europeia, americana e, consequentemente, a burguesia venezuelana, arquitetaram um golpe contra Hugo Chávez. O então presidente é sequestrado por militares desertores e o empresário Pedro Carmona se auto proclama presidente da Venezuela, com aval de países como EUA, Colômbia e Nicarágua. Sim, a mesma cena ocorrida em 2019 com Juan Guaidó, que tentou a sorte estrelando mais uma tentativa de golpe contra a Venezuela, dessa vez contra o presidente Nicolás Maduro. Mais um golpe que falhou.
Nesse cenário em 2002, a população venezuelana teve papel fundamental na retomada do poder. Hugo Chávez havia sido levado pelas tropas de Efraín Vásquez, que na época era chefe das Forças Armadas, para a prisão no Fuerte Tiuna. Contudo, a imprensa golpista apenas noticiava que Chávez havia renunciado, mas sem qualquer vídeo, carta ou pedido oficial. Numa incrível articulação entre a população venezuelana, os chavistas e as forças armadas, o vice-presidente de Chávez conseguiu acessar o Palácio de Miraflores e retomar o controle da situação. Em 13 de abril, a Venezuela então comemora o dia em que houve uma perfeita sincronia entre militares e sociedade civil.
Aqui encontra-se o boletim do Partido Socialista Unido de Venezuela, com uma nota sobre a data na página 13:
Desde 2014, a Venezuela já foi alvo de pelo menos 150 sanções e 11 tentativas de golpe. Tudo porque o imperialismo se recusa a aceitar que não possui controle sobre as riquezas venezuelanas, principalmente o petróleo. É importante que datas como essas sejam lembradas nesses momentos sombrios que estamos vivendo na América Latina. Há anos, governos eleitos com bases populares sofrem constantes intimidações, principalmente através de sanções econômicas, como na Venezuela e em Cuba.
Um sequência de desgraças, infelizmente previsíveis, nos bombardeia diariamente. Nos últimos anos, países como El Salvador, Argentina e Equador também foram vítimas da ofensiva imperialista. Em 2016, o Brasil foi alvo de um golpe orquestrado pelas mesmas classes que orquestraram as tentativas na Venezuela. Dilma Rousseff, presidente eleita, foi destituída de seu cargo por ordem do imperialismo estadunidense e forças de extrema-direita europeia e latino-americana, pelas mãos da burguesia brasileira.
O modus operandi dessa gente é sempre o mesmo, tentar deslegitimar líderes e processos democráticos como as eleições, por exemplo, através da reprodução de informações falsas, inflamando o povo nas ruas e causando grande desestabilização para colocar em xeque as instituições.
A população não foi às ruas e cinco anos depois o Brasil está passando por um dos momentos mais fúnebres de sua conturbada história. O obscurantismo em seu nível mais elevado ronda o país desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência. Terraplanistas, movimento anti-vacina, negacionistas estão espalhados pelo governo e a ameaça de golpe frequentemente nos visita. Talvez agora possamos aprender alguma coisa com a Venezuela e sua população organizada para defender seu país do imperialismo. O Partisano indica um excelente documentário sobre esse acontecimento, assista abaixo: