A escolha: Bolsonaro de um lado, vida e economia de outro

Bolsonaro destruiu a economia brasileira e é considerado o pior líder do mundo

Imagem: Jade Scarlato
por Alexandre Lessa da Silva

Já é possível perceber nitidamente o insucesso do (des)governo Bolsonaro no comércio exterior, assim como em todas as áreas públicas. Em março, as exportações de soja para a China sofreram uma queda de 85%, em relação ao mesmo mês do ano passado.

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A soja é o principal produto de exportação brasileiro, dentro de uma lista composta basicamente por commodities. Em função disso, o que acontece com a soja é um excelente retrato do que ocorre com as exportações brasileiras. Uma prova disso é que a queda das exportações brasileiras no ano passado foi de 6,9%, enquanto somente das exportações de soja, 9,5%. Como compensamos isto, comprando menos. Houve uma queda, em 2020, das importações de 10,4%, o que gerou uma queda, da corrente de comércio (soma das importações e exportações), desta vez de 8,4%.

Não por acaso, o aumento de importação, pela China, do maior produtor de soja do mundo, o Brasil é o segundo, foi de 320% em março. Esse maior produtor são os Estados Unidos. Apesar de toda tensão entre China e Estados Unidos, o Tio Sam quebrou o recorde, em 2020, das exportações agrícolas, incluindo a de soja, para o país asiático. Não é difícil perceber que a China está preferindo comprar produtos agrícolas dos Estados Unidos em função da estupidez da diplomacia brasileira. O governo estadunidense, por outro lado, já estabeleceu um novo acordo comercial, em fevereiro de 2020, com os chineses, o que garante, pelo menos em parte, que a China compre produtos estadunidenses.

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Evidentemente que o gado bolsonarista, ou simplesmente gado, ao ler o que está escrito acima, culparia a pandemia por tudo. Entretanto, vale a pena lembrar que a pandemia, como a própria etimologia da palavra já diz, afetou a todos, não só o Brasil. Além disso, o governo Bolsonaro, com seu ministro Paulo Guedes, já havia conseguido uma queda nas exportações de 7,5% em 2019. Portanto, não há como culpar a doença.

Acredito que, todavia, a maior parte dos leitores, assim como eu, não está nem aí para as perdas dos grandes empresários rurais. Entretanto, isso ajuda a demonstrar a burrice econômica pautada no preconceito de classe, uma vez que eles continuam a dar suporte a um governo que só traz prejuízos. Mas, o que esperar de canibais, uma vez que muitos produtores rurais comem carne, ou seja, gado comendo gado.

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Não é correto, entretanto, dizer que Bolsonaro só leva à queda de índices econômicos. Sejamos justos, este não é o caso da inflação, principalmente aquela dos mais pobres. Não confio em dados oficiais, pois o que sentimos na pele, em nosso dia a dia, apresenta números bem maiores. Mas, o que temos são números oficias, e esses já servem para alguma coisa. Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), a inflação para as famílias da classe de renda “muito baixa”, de outubro de 2019 a setembro de 2020, foi de 4,3%, enquanto para classe mais rica foi de 1,8%, menos da metade dos mais pobres. Se formos olhar apenas para 2020, como um todo, a inflação dos mais pobres ficou em 6,22%, enquanto dos mais ricos em apenas 2,74%.

Além dos dados apresentados acima, é preciso lembrar de uma informação de junho do ano passado: mais da metade da população, com idade para trabalhar, estava sem ocupação (10). Para se ter uma ideia do problema que temos no momento, a taxa de desocupação, segundo o IBGE, é a maior de toda série histórica. O desalento também foi o maior, demonstrando a total falta de esperança da população brasileira.

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Como vimos, Bolsonaro destruiu a economia brasileira e, do ponto de vista do enfrentamento do coronavírus, todos sabem que ele é considerado, praticamente desde o início da pandemia, como o pior líder do mundo, conforme apontou The Washington Post, entre tantos outros veículos da imprensa internacional.

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Está mais que provado, portanto, que o dilema não é entre a vida e a economia, mas entre ambas e Bolsonaro, ou seja, o Brasil deve escolher entre ficar com Bolsonaro ou manter a vida de muitos brasileiros e a economia do país.

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