Cavalo de Teta: Cloro Maldito

HQ publicada originalmente no zine pós-Brasil Cavalo de Teta mostra os conflitos de uma esquerda acuada em meio a uma catástrofe global

Imagem: São Paulo sob os destroços
por João Pinheiro com introdução de Vitor Teixeira

Cloro Maldito é uma história em quadrinhos feita por João Pinheiro para a segunda edição do fanzine Cavalo de Teta, o primeiro gibi “pós-Brasil”, segundo os autores. A publicação independente, que aborda temas relacionados ao cenário de devastação provocado pelo golpe de estado de 2016, reúne também os trabalhos de Alves, Schiavon, MZK, Diego Gerlach e Rafa Campos Rocha. Morador da Zona Leste de São Paulo, João afirma sem hesitar:

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“O Brasil realmente acabou”

Nesse trabalho o quadrinista combina referências de filmes distópicos dos anos 90, como Fuga em Nova York e Cyborg – O Dragão do Futuro, e mistura ficção e realidade para mostrar o fundo do poço onde o Brasil se encontra atualmente. A cidade de São Paulo é o ambiente onde a narrativa se desenvolve, e é onde o protagonista, Antônio das Mortes – aquele mesmo do filme O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha – se aventura entre os escombros de uma terra arrasada, habitada por sinistros vigilantes que ocultam suas identidades com máscaras do Sérgio Moro e do Mickey Mouse.

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O quadrinista também retrata a “resistência” à catástrofe social, fazendo uma crítica à fragilidade e à confusão da esquerda em cenários de crise, que utiliza tuitaços e cirandas como ferramenta de “luta” contra dobermanns fascistas. Outra critica controversa é a forma como João discute a imposição dos quadrinhos comerciais norte-americanos na nossa cultura, ao passo que utiliza referências como Judge Dredd, e mesmo sendo um fã confesso de Jack Kirby e John Romita Jr.

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João Pinheiro fez esse quadrinho muito antes da pandemia do coronavírus chegar no Brasil. Talvez ele seja o prenúncio do que está por vir.

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