Você sabe o que é arroz? Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar

A direita conseguiu transformar o arroz em uma iguaria, preço já chega a R$40,00 pelo pacote de 5Kg. A alta acompanhada por outros itens básicos, enquanto o governo divulga 0,70% de inflação no ano

Imagem: arroz sobre tela
por Guilherme Moreno

Jair Bolsonaro, o Messias, operou mais um milagre: transformou o arroz em iguaria. No tempo dos nossos avós o arroz era a base da dieta, junto com o feijão. Não mais. Em alguns lugares um pacote de 5Kg de arroz já chega a custar R$ 40. Foi-se o tempo em que o arroz era arroz de festa nas refeições dos brasileiros. O feito é ainda mais vistoso quando a gente lembra que no governo Lula o que aumentava não era o preço do arroz, mas o consumo de proteína.

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Já no governo, o general Augusto Heleno, disse que o Brasil corria o risco de “virar a Venezuela”. Por quê? Porque disputaríamos “arroz a tapa”. Aparentemente, pelos critérios do general, nós viramos a Venezuela imaginária dos reaça. Parecia uma ameaça ao país, mas na verdade era um programa de governo: arroz a tapa. Porém, diferetemente da Venezuela, sem cestas CLAP para garantir a alimentação do povo, e com Bolsonaro querendo cortar o auxílio emergencial pela metade.

Mas não há motivo para pânico. Bolsonaro já tem o plano para conter os preços de itens básicos no mercado: apelar ao “patriotismo” dos donos de supermercados. O micto é o presidente, e teria poder para tentar fazer alguma coisa. Mas prefere ficar no papel de cheerleader tentando fazer a consciência dos donos de mercado subir. Eis aí o mercado agindo livremente e sem regulação.

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Nem só de arroz se lasca o homem

Além do arroz, outros itens básicos estão com preço elevado, como o feijão, que subiu 66% durante a pandemia. Ou o óleo de soja, que teve variação de 20%, e o açúcar refinado, que subiu 13%. O sabão em pó teve alta de 10%, e por aí vai, tudo aquilo que faz parte do básico que uma família brasileira consome está mais caro. Mas nem tudo é desgraça. Ainda podemos comer o relatório oficial do governo, que divulgou hoje 0,70% de inflação no ano. Acredite quem quiser, mas cuidado com a carteira.

Enquanto isso, já existe até alerta de desabastecimento, e no Rio há mercados limitando a quantidade de itens básicos que podem ser consumidos por pessoa. Estaremos na Venezuela? Mas o Brasil não sofre nenhuma forma de boicote econômico nem teve suas reservas no exterior roubadas. Qual é a explicação para esse potencial desastre humanitário dentro de nossas fronteiras?

Especulação com o dólar

A principal é a alta do dólar. O agronegócio está preferindo aproveitar para exportar tudo, e isso está pressionando a inflação. Para enfrentar a fome que o “agronegócio” pode provocar, o MST vai ter que expropriar todas as grandes propriedades, produtivas ou não. Um povo não pode ficar à míngua para um punhado de capitalistas da terra especularem com o dólar alto. A catástrofe social iminente vai colocando o programa comunista em pauta para já.

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Mas para quem não gosta desse papo de revolução, vamos ensinar uma simpatia. Segundo matéria do UOL publicada em junho (“Simpatias com arroz para atrair dinheiro e sair do vermelho”), para acabar com a dificuldade financeira você deve fazer o seguinte:

Coloque um punhado de arroz e duas moedas de qualquer valor dentro de uma xícara. Deixe-a embaixo de uma árvore florida e acenda uma vela branca, sobre um pires, para que as suas finanças estejam protegidas. Guarde uma das moedas dentro da sua carteira. Jogue o arroz e os restos da vela no lixo e volte a usar a xícara e o pires como de costume. A outra moeda, dê para alguém que precise. Este ritual deve ser feito em noite de Lua Cheia, sem que ninguém saiba.

Sugerimos só uma mudança na receita. Não jogue o arroz fora. Guarde todo o arroz da simpatia e venda-o no mercado negro quando o desabastecimento chegar. Com essa pequena alteração é sucesso garantido. Outra simpatia é ir de penetra em casamentos com um balde no momento que se joga arroz sobre os recém casados.

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Presságios da história

Pouco antes das cabeças rolarem na Revolução Francesa, o preço do pão era metade da renda de um camponês. Sugeriram que comessem brioches, mas não deu muito certo. Na década de 70, o pau comeu no Egito depois de o governo tirar subsídios estatais sobre alimentos básicos. Os protestos só acabaram devido a intervenção do exército e o episódio ficou conhecido como “Revolta do Pão“. Mais recentemente, manifestações tomaram o Oriente Médio após a crise de 2008. O estopim? O preço dos alimentos.

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Arroz a 40 conto harmoniza com guilhotina.

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