Agenda oficial do presidente conta com muita reunião de 10 minutos, almoço de duas horas e distribuição de medalhinhas

por Bibi Tavares
Você sabe como vai a agenda do atarefado presidente Jair Bolsonaro? Acredite se quiser, mas entre planejar o genocídio da população via colapso sanitário e fazer arminha com a mão, ele encontra tempo para compromissos oficiais. Não acredita? Pois eu vou te provar. Analisando a agenda do presidente nessa última sexta-feira (16), encontramos uma longa reunião de 10 minutos com o vice-líder do governo na Câmara dos Deputados. Algo mais ou menos assim:
– Sanderson, no tocante à Câmara, como vão as coisas?
– Então Seu Presidente, tão falando que tem que comprar vacina.
– Vacina está fora de cuestão! Só libero cloroquina! Agora preciso ir inaugurar alguma caixa d’água.
Pois é. O tipo de reunião que poderia ser um e-mail, quem sabe um Zoom, já que estamos na pandemia, certo? Errado, esses recursos servem somente às pessoas com QI positivo, o que não é o caso do Seu Jair. Voltando à última sexta, o expediente acabou às 16h, pois sexta-feira é dia de maldade.
Já na quinta-feira (15), a agenda oficial do presidente apontava mais de duas horas de viagem e uma hora de trabalho. Algo mais ou menos parecido com o trabalhador comum, que leva duas horas de de ônibus/metrô/trem pra trabalhar 1 hora com ódio e as outras 9 horas com raiva. Jair, gente como a gente.
De 10 em 10 minutinhos
Na quarta-feira (14), foi dia de liberar mais 10 minutos para uma reunião com o deputado Marco Feliciano. Nesse caso não dá nem pra criticar, acho que nem o Pedro Bial, acostumado a lidar com umas figuras sebosas, aguentaria mais de 10 segundos com o trombadinha da fé. Esse diálogo deve ter sido mais ou menos assim:
– Presidente, o senhor deu a presidência da CAPES pra uma esquerdista, ela disse que regimes totalitários são guiados por pseudo-messias!
– Calma Feliciano, eu já falei pra ela que Messias tá na minha certidão de nascimento, não tem essa de pseudo.
– Então tá bom, Senhor Presidente, amém.
Distribuição de medalhinhas e inauguração caixas d’água
Continuando a análise da agenda do presidente, nota-se que a maioria das reuniões dura entre 10 e 20 minutos. Além disso, praticamente todos os dias ele se encontra com o subchefe adjunto executivo da subchefia, ou seja, o estagiário, por mais tempo do que com muitos ministros. Também tem muita presença em solenidades do exército, vulgo distribuição de medalhinhas, e inaugurações.
Dentre as principais atividades de Jair Bolsonaro, se encontra o famoso almoço de duas horas e meia. Pode parecer um ato folgado da parte dele, que não aparenta escovar os dentes e passar um fio dental, mas não tem como dar o mínimo de 35 mastigadas saudáveis em cada pedaço de filé mignon com aspargos e leite condensado em menos tempo.
A maioria dos dias são bem puxados para o presidente, pegando no batente lá pelas 10h da madrugada e indo, em média, até umas 17h. Umas quatro horas de trabalho por dia, mais duas de almoço, é pesadão. Imagine uma CLT desse naipe? Lembrando que a maioria desses compromissos foram presenciais. Mesmo na pandemia? Sim.
Resumo de um dia perfeito
Bom mesmo foi esse dia aqui. Emendou o café da manhã com o almoço e janta.
Um resumo fidedigno do que são os dias de Bolsonaro. Isso quando ele não está com seu imbrochável membro preso no zíper da calça. Tudo isso sem deixar de levar o país pra frente – do abismo.