Putin venceu a corrida espacial da vacina

Vacina russa se chamará Sputnik V, em homenagem ao Sputnik, satélite artificial soviético que foi o primeiro que a humanidade colocou na Terra

Imagem: O Partisano
por William Dunne

A Guerra Fria voltou. Antes tínhamos a corrida espacial, com a Rússia colocando o primeiro satélite artificial na órbita da Terra, o primeiro mamífero no espaço e o primeiro homem no espaço. Em 1961, a bordo da Vostok I, Iuri Gagarin foi a primeira pessoa a contemplar nosso planeta lá de fora, ocasião em que proferiu a famosa frase “a Terra é azul”. Os soviéticos ainda mandaram sondas para Marte e Vênus. Aos norte-americanos restou chegar primeiro à Lua, não se sabe muito bem com que utilidade, mas rendeu bons comerciais para vender o capitalismo. Mas essa corrida ficou no passado. Agora temos a corrida da vacina.

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Os russos, ou “soviéticos”, como diriam os membros mais exaltados da seita bolsonarista, anunciaram hoje (11) o registro de uma vacina contra a Covid-19. A primeira do mundo. Vladimir Putin em pessoa anunciou o feito durante uma reunião com seus ministros. A vacina foi produzida sob os ministérios da Saúde e da Defesa, e começará a ser aplicada em novembro. As doses serão gratuitas e a vacinação voluntária. Uma das filhas do presidente russo testou a vacina, e, segundo ele, está bem e está imunizada.

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Imagem: reprodução

Voltando ao primeiro satélite artificial a orbitar a Terra, seu nome era Sputnik. E o nome da vacina, em homenagem ao feito soviético, é Sputnik V. Um nome escolhido a dedo para esfregar na cara das grandes potências estrangeiras que elas ficaram pra trás de novo. No entanto, a OMS (Organização Mundial da Saúde) não recomendará a vacina russa, alegando não ter disponíveis resultados suficientes de testes. A imprensa russa afirma que os testes foram feitos, mostrando a segurança e eficiência da vacina.

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Resta saber o que vai acontecer caso a OMS acabe sendo obrigada a dar o braço a torcer, com a população russa imunizada em larga escala graças à vacina, retomando mais cedo suas atividades econômicas. E os coxinhas brasileiros? Vão querer tomar a vacina, ficando livres do novo coronavírus, ou denunciarão uma terrível “conspiração soviética” para tornar o Brasil comunista por meio de uma injeção? Na segunda hipótese, sobram mais doses para a gente. Coxinhas, boicotem a vacina comunista! Ура!

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Outra opção para os coxinhas driblarem a vacina é dizer que sua eficácia não é comprovada, já que a OMS está reclamando de que não teriam sido fornecidas evidências. Só que, nesse caso, se algum bolsonarista resolver de última hora passar a ser coerente, vai ter que abandonar seus tratamentos pouco ortodoxos, como tomar cloroquina e introduzir ozônio em si mesmo por via anal.

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