Gafanhotos iniciam mochilão pela América do Sul

Depois de protagonizar as 10 pragas do Egito na Bíblia, os insetos iniciam aquela tripzinha esperta pra fazer um som no novo mundo

Animação: Patrimônio Designs LTD
por Bibi Tavares

Nos últimos cinco anos nosso país vem atraindo todo tipo de praga imaginável. Desde patos amarelos na Avenida Paulista – acompanhados por empregadas negras vestidas de branco carregando seus Enzos –, até youtubers, que começam suas carreiras nadando em banheira de Nutella® e se tornaram grandes analistas políticos. Já se pode dizer que as provações divinas entraram no modo open bar por aqui. E nós já pagamos a entrada da festa.

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Depois de devastar plantações no Paraguai e meter o pé pra Argentina, uma gigantesca nuvem de gafanhotos vem que vem em direção ao BR, mais especificamente para o sul do país. A região flexibilizou tanto a quarentena que acabou atraindo esses pequeninos voadores, ávidos por um passeio ao ar livre.

Depois de um monitoramento feito nesta quarta-feira (24), a SENASA (Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina) alertou as autoridades brasileiras que esses gafanhotos – que podem viajar até 100 km por dia – estão apenas a 130 km da fronteira da Argentina com o Brasil. Fontes celestiais que preferem manter o anonimato revelaram em primeira mão que a chegada dos gafanhotos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina é um castigo pela existência de um RAP SULISTA (sim) chamado Sul no mapa, cuja letra diz:

“É a terra do chimarrão te ensinando a fazer Rap“; “nós aguentamos o frio que cês não aguentam e talvez o calor também”.

Ki autoestima da porra.

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Voltando à oitava praga do Egito, esses bichinhos de até 15 centímetros são capazes de comer em um só dia o equivalente à alimentação de 2 mil vacas. A fim de não passar sufoco, bolsonaristas foram flagrados estocando capim em suas despensas. O doutor Dori Edson Nava, pesquisador da Embrapa em Pelotas (RS), afirmou que nos anos 1930 e 1940, essas nuvens de gafanhotos estiveram presentes na região, mas que agora tudo parece mais trágico se somado ao cenário de coronavírus.

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nuvem de gafas
Só os gafanhotos online na Argentina. Imagem: Reuters

Assim como a maioria dos insetos, os gafanhotos tendem a se sair melhor em ambientes de clima seco e quente, como tem sido nos estados do sul. Contudo, a previsão de chuva na região nos próximos dias tende a conter essas nuvens. O surgimento desses gafanhotos se deve também a má utilização e ao excesso de agrotóxicos, que além de desequilibrar o meio ambiente, acaba por exterminar agentes naturais que ajudam no combate de pragas nas lavouras, como afirma Adeney de Freitas Bueno, entomologista e pesquisador da Embrape de Londrina (PR). O governo argentino, algo mais parecido com um governo do que as aberrações que temos por aqui, afirmou que os gafanhotos não representam risco aos humanos e nem são vetores de doenças.

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Assim, o Brasil entra na concorrência com as novelas bíblicas da Record e estreia um remake de baixo orçamento das 10 pragas do Egito. A ministra da Agricultura informou através de suas redes sociais que o Brasil já possui um plano para lidar com esse problema. Segundo Tereza Cristina, o plano é já ter um grupo responsável por executar o plano, que não foi dito qual é. Vai que algum gafanhoto segue ela no twitter.

 

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