Mais de 400 organizações e pessoas que juram ter votado no Amoêdo protocolaram um pedido de impeachment contra o frontman da banda The Cloroquiners, famosa pelo sucesso “Cloroquina tem no SUS”

por Bibi Tavares
Inspirado pelos ensinamentos do grande Norvana, o presidente Jair Bolsonaro conseguiu um feito inimaginável. O ex-capitão uniu o conjunto da esquerda nacional com uma legião de direitistas que juram de pé junto que votaram no Amoêdo na última eleição, em um objetivo comum: o pedido de impeachment do nosso pequeno grande cloroquiner. Depois de: sair em manifestação dando a mão pra idosas com sanidade mental comprometida; se fantasiar de carteira de cigarro – com aviso de risco à saúde na traseira do maço; abraçar tiozões com óculos de aviador que tiram selfie em caminhonete; dar rolezinho de jet-ski no meio de um acopalices sanitário; prescrever remédio de dor de cabeça pra quem tá com caganeira; mandar um sonoro “idaí?” após mandar jornalistas calarem a boca; o representante da nação fez com que mais de 400 entidades protocolassem nesta quinta-feira (21) um pedido de impeachment em Brasília.
O Mito uniu partidos como PSOL, PSTU, PT, PCB, PCdoB e UP em torno dessa pura e genuína vontade de vê-lo sendo escorraçado do Palácio do Planato. MTST, Central de Movimentos Populares, Marcha Mundial das mulheres, Movimento Negro Unificado, Associação Brasileira de Travestis e Transexuais são algumas das entidades que assinam o documento, além de juristas, jornalistas e economistas.
A esquerda já estava há algum tempo ensaiando essa união contra o cosplay de bueiro com faixa presidencial, mas com a fórmula acopalitica de (Coronavirus + Desemprego)² × √Colapso do SUS ÷ (Dólar a R$6,00 + falta de comprovação científica sobre o uso da cloroquina) = MORTE, a direita “democrática” aparentemente passou álcool em gel e deu as mãos para os comunas nessa empreitada.
Enquanto ultrapassamos a marca dos mil mortos por dia e o circo vai sendo montado, os militares continuam tomando conta dos postos mais importantes do governo. Depois da saída do ministro-relâmpago Nelson Teich, mais um milico assumiu uma cadeira estratégica, e, a passos largos, vem militarizando a pasta. Quatro gorilas já foram nomeados para ocuparem cargos no Ministério da Saúde, e o prognóstico é que em breve estaremos tratando nossas doenças com cloroquina, pastel de carne e caldo de cana. Com muita fé e sem fazer exame, que é o mais importante.