Ele ainda afirmou que não é “chefe de uma organização criminosa”, nisso também concordamos, todos sabem que ele é apenas vice-líder no Senado, e não o chefe

por Ivan Conterno
Encurralado e pressionado pelos colegas, o vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), analisou as acusações: “num ato de impulso, protegi o dinheiro do pagamento das pessoas que trabalham comigo.” Os policiais federais teriam arrombado a porta do senador. Ele foi flagrado escondendo mais de R$ 33 mil na bunda. Mas o que tem a ver o cu com as calças?
Jamais imaginaríamos que encher o cu de grana fosse tão literal. Não é à toa que só tem cuzão nos partidos de direita. Os repórteres d’O Partisano estão investigando outros suspeitos, já que o número de bundões no Senado só tem aumentado desde 2010. Eles estariam atrás de dinheiro ou o dinheiro que estaria atrás deles?
Os senadores também estão analisando cuidadosamente o caso que já entrou para os anais da história da casa. Na mensagem encaminhada, o senador bolsonarista afirma que enfiou paulatinamente os rolos na bunda porque foi acordado com pessoas estranhas em seu quarto. Segundo ele, “não era dinheiro de corrupção”. Se não era dinheiro, era o que enfiado na bunda? O que estaria corrompendo o político?
Chico, cujo silêncio teria sido pautado como ridículo, justificou ter cuinchado só agora. Segundo a mensagem, ele “estava sem forças” desde o ocorrido. Em sua defesa, ele confirma que “jamais desviaria dinheiro público”. Nós d’O Partisano também defendemos esse ponto. Segundo nossa apuração, todo o montante teria seguido um único canal, reto, sem desvios.
Ele ainda afirmou que não é “chefe de uma organização criminosa”. Nisso também concordamos. Todos sabem que ele é apenas vice-líder no Senado, e não o chefe. No final da mensagem, ele afirma ainda que nenhum crime teria sido cometido por ele. Chico Rodrigues pede que o “julguem de maneira sábia”. Vamos pela lógica, então. Se não foi cometido por ele, é claro que quem meteu foi outra pessoa.
No mês de maio, o chefe do governo no Planalto, Jair Bolsonaro, afirmou: “o que os caras querem é a nossa hemorroida”. Isso lubrifica o entendimento da questão. Levy Fidelix, o chefe do partido do vice-presidente, teria afirmado anos atrás que o “aparelho excretor não reproduz”. A função seria guardar dinheiro?
Continuaremos investigando o caso. Temos pelo menos mais dois anos pela frente para um exame mais acurado dessa organização. Se você puder preencher esses anos com dinheiro, invista no nosso Catarse. Obrigado e até a próxima!