Torcemos por uma boa decolagem para o ex-juiz que quebrou o Brasil com a Lava Jato e perseguiu judicialmente seus adversários políticos

por Guilherme Moreno
Mônica Bergamo informa em sua coluna de hoje na Folha de S. Paulo que Sérgio Moro estaria sendo pressionado pela família a abandonar suas pretensões eleitorais e ir embora do Brasil. Como na fórmula manjada dos filmes norte-americanos, o obstáculo para a continuidade da carreira política do ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro seria sua esposa, Rosângela Moro. Diz a coluna que a dona Mora “tem repetido a interlocutores que o marido já deu a contribuição que tinha que dar ao país e que a política partidária, com seus embates selvagens, não seria para ele. Estaria na hora de novamente cuidar da vida pessoal e profissional”.
Força na decolagem!
Apoiemos a dona Mora: boa viagem, Moro! Até logo, até mais ver, bon voyage, arrivederci, até mais, adeus, boa viagem, vá em paz, que a porta bata onde o sol não bate, não volte mais aqui, hasta la vista, baby, escafeda-se, e saia logo daqui. Se te queres mudar, por que não te mudas? Ah, aproveita! Que eu, se pudesse mudar-me, também me mudaria. Vaza, rato! Apoiemos a partida de Moro. Vai, Moro! Força na decolagem! Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe / Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe / Dá-lhe Morooooo. 🎶🎶🎶
O rato que afundou o navio
Quem não gostaria de fazer como Sérgio Moro agora? Depois que sua Lava Jato quebrou o Brasil acabando com a política de conteúdo nacional da Petrobrás e reduzindo drasticamente a atividade da indústria naval brasileira e das empreiteiras, a tentação de abandonar o navio é forte. Depois de Bolsonaro vencer as eleições de 2018 graças à ausência de Lula, garantida por Moro, então juiz, e logo em seguida ministro de Bolsonaro, compreende-se a vontade de fugir. Moro também foi fundamental no golpe de 2016, ao impedir Lula de assumir o ministério da Casa Civil. Diz o ditado que os ratos são os primeiros a abandonar o navio. Moro é o rato que furou o casco desse navio antes de abandoná-lo. Vaza, rato!
E agora?
Agora resta saber para onde será a fuga. Moro pode mudar-se para Paris e dar um abraço no Jean Wyllys: pólos opostos unidos na dor do exílio. Também pode ir para Portugal, contrair coronavírus fazendo uma visita para Luana Piovani, que fugiu antes dele. Se for para Itália, corre o risco de levar queixada no saco ao passar perto do Diogo Mainardi.
No entanto, onde Moro corre o maior perigo é nos EUA. Pelos serviços prestados ao império, o lacaio não vai precisar pular o muro do Trump na fronteira com o México, como compatriotas menos afortunados são forçados a fazer. Porém precisará falar em inglês. E aí a gente já sabe como é.