Essa lista poderia ser assim: Doria, Doria, Doria e Doria; mas há muitos outros motivos, elencamos aqui os quatro principais

por Bibi Tavares
O segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo chegou. Amanhã, a nação nazicrente paulistana voltará às urnas para terminar de rasgar – ou não – o cy do trabalhador. De um lado, o pupilo do ex-prefeiTOP João Doria, que abandonou a gestão no meio. Do outro, o representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, alguém que já chegou sentando na janelinha do PSOL, Guilherme Boulos. Levando em consideração o histórico eleitoral de uma das capitais mais reacionárias do planeta, que abriga uma elite cafona que bate palma pra louco e cria doidinhos de bairro em escala industrial, as chances do paulistano votar certo são assim: escassas. Por isso, a campanha contra o Bruno Covas tem que atropelar o resquício de reputação que ainda lhe resta nessa reta final, principalmente para a parcela iludida da população. Lembrando que sempre tem aqueles filhos da puta que votam na maldade mesmo, que preferem engabelar debate falando de metragem de mansão, quando se tem uma pandemia rodopiando mais que o Pião do Baú na cidade. Então aqui vão 4 principais motivos para não votar no Covas.
1. A Disney é aqui e o Pateta somos nós
Depois que João Doria abandonou a prefeitura de São Paulo para virar governador, seu vice Bruno Covas assumiu o cargo no maior estilo “mamãe, sou adulto”. Na ocasião, Covas, aos 38 anos, afirmou à Veja: “Já viu criança quando vai à Disney pela primeira vez? Estou igual”. Também disse que iria largar a vida de solteiro para se “casar” com São Paulo, analogia muito feita por Bolsonaro, que vivia se referindo às suas relações com os ministros como casamentos. Sobre seu perfil de turista, cheio das viagens mesmo com todas as demandas de São Paulo, ele afirmou: “Tenho 37 anos e vivo como uma pessoa dessa idade.” Aos quase 40, ele usou a idade de tiozinho moderno do Instagram para justificar suas viagens turísticas durante o mandato de vice.
O cara que compara uma cidade empanturrada de gente morando na rua e com desemprego batendo 16,9% em 2018, quando assumiu a prefeitura, a um parque escroto símbolo da cafonice mundial e infantilização de adultos, só pode estar de brincadeira com o trabalhador. Mas a real é essa, a burguesia, muito bem representada pelo PSDB, nunca deixou de se divertir às custas do povo. É como se SP fosse realmente um parque – em chamas e sem água pois foi tudo privatizado – onde os tucanos têm como principal diversão mandar PM agredir professor e matar preto e pobre.
2. Votou pelo impeachment
“Senhor presidente, eu aprendi que diante das adversidades, só há três atitudes possíveis: enfrentar, combater e vencer. E nós vamos vencer essa. Eu vim aqui hoje dar voz a todos os paulistas que, anônimos, foram para as ruas dizer basta. Eu voto sim!”. E foi dessa forma que Bruno Covas, então deputado federal, votou favoravelmente ao impeachment de Dilma. Nem é preciso lembrar que essa votação ardilosa levou um incapaz mental à presidência do país. Um passo importante para o golpe e um chute certeiro na bunda do trabalhador. Nesse mesmo ano, Covas renunciou ao mandato de deputado para assumir como vice na chapa de Doria à prefeitura. O histórico de abandono de cargos é praticamente de família.
3. Bruno Covas não quer pobre passeando
Um ano após assumir a prefeitura de São Paulo, Covas achou que estava na hora de cortar as asinhas da população que depende do transporte público, em geral a parte pobre da população, que mora nas periferias da cidade. Primeiro, em março de 2019, ele restringiu significativamente o vale-transporte, cortando pela metade a integração, que foi de quatro para duas por um período de três horas. A ideia de Covas era tirar a responsabilidade do Estado em subsidiar uma parcela do valor do vale-transporte e deixar tudo na conta do empregador, que desde então pensaria duas vezes na hora de contratar alguém que mora mais longe ou mesmo de oferecer o benefício.
O Ipea coloca São Paulo como a cidade mais desigual no acesso às vagas de emprego. Isso significa que os 10% mais ricos têm nove vezes mais chances de conseguir um emprego que fique até 30 minutos a pé de casa do que os 40% mais pobres. Não contente, em agosto do mesmo ano, Covas reduziu a integração gratuita para somente uma, além de aumentar o preço do modal para 4,57 reais. Também cortou mais de 140 linhas de ônibus e extinguiu pelo menos 300 ônibus da frota da cidade.
4. Está ao lado de Bolsonaro sobre a Reforma da Previdência
Em janeiro de 2019, Bruno Covas esteve no centro do programa Roda-Viva. Aos 28 minutos, o então prefeito de São Paulo foi questionado sobre como se daria o apoio à Reforma da Previdência:
“Adiar a Reforma da Previdência nacional é adiar um compromisso nosso com as futuras gerações (…) é algo que a cidade vai colher daqui dez, vinte anos. Aqui, do ponto de vista de São Paulo, nós vamos dar total apoio, vou pedir a todos os deputados que conheço, vou sempre me manifestar favoravelmente (…) é algo muito positivo se nós pudermos apoiar nossa Reforma da Previdência Nacional.”
Um mês antes, em dezembro de 2018, Covas havia sancionado o SampaPrev, a Reforma da Previdência de SP. Ele ignorou as dezenas de manifestações de professores e outros servidores contra esse ataque brutal às aposentadorias, dando um fim à aposentadoria integral, além de aumentar o tempo de contribuição. Num dos episódios da manifestação, Covas chegou a elevar o nível do deboche com a cara do povo ao nível máximo e mandou BEIJINHOS E RISADINHAS para os manifestantes, como mostra o vídeo abaixo:
Assim, com essa cara de pau seboso, ele tenta se manter na prefeitura para dar continuidade ao plano genocida do PSDB de sucatear todos os serviços públicos e privatizar até a mãe. Acabar com as aposentadorias, dar banho de mangueira em morador de rua, ração pra criança e fazer o transporte público ser tão caro que só vai andar o motorista e o cobrador. Você quer mesmo votar num cara cujo sobrenome lembra defunto, caixão e cemitério, isso em pleno ano pandêmico? Por isso, amanhã, é mais do que importante que você de um pé na bunda dos tucanos e não vai ter Luisa Mell que acuda.